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Visual primoroso e histórias bem amarradas chamam atenção em "Velho Chico"

Coluna "Enfoque NT" analisa o primeiro capítulo da nova novela das nove


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Fotos: Reprodução/TV Globo
Estreou nesta segunda-feira (14) a nova novela das nove da Globo, “Velho Chico”, de Benedito Ruy Barbosa, desenvolvido por sua filha Edmara Barbosa e neto, Bruno Luperi.
 
Durante todo o primeiro capítulo, o ponto alto foi a maneira diferente de se conduzir uma trama, tentando fisgar o telespectador em outros quesitos, como as tomadas aéreas do Rio São Francisco, da plantação do Nordeste e das belas paisagens naturais do Rio Grande do Norte, Bahia e Alagoas.
 
 
Neste ponto, Luiz Fernando Carvalho se mostra em franca evolução trabalho após trabalho. Já havia sido assim, por exemplo, em “O Rei do Gado” (1996), “Hoje é Dia de Maria” (2005) e “Meu Pedacinho de Chão” (2014), que obteve uma das mais belas cidades cenográficas da Globo. 
 
Em “Velho Chico”, o diretor não poupou tratamento visual cinematográfico, com tomadas longas e iluminações detalhistas, além de uma trilha sonora por vezes instrumental. Tudo isso fugiu muito dos últimos folhetins no horário, dando uma cara completamente diferente daquela que o telespectador estava acostumado a assistir.
 
 
Depois de um primeiro bloco sonolento, a novela conseguiu engrenar se aprofundando mais na história que tinha para contar. Sobretudo, o conflito amoroso entre Afrânio (Rodrigo Santoro) e Iolanda (Carol Castro) como fio condutor.
 
Não é só imagens
 
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Apesar de visualmente irrefutável, isso não segura o telespectador. A sinopse se mostra bem amarrada e o desenvolvimento do primeiro capítulo conseguiu apresentar aquilo que “Velho Chico” se propõe a contar que é, acima de tudo, uma história de amor. É isso, aliás, que a emissora prometeu nas chamadas, dizendo que o folhetim seria o “novo romance das nove”. E tudo caminha para ser. 
 
 
Destaque para as atuações seguras de Rodrigo Santoro, Carol Castro, Rodrigo Lombardi, Chico Díaz, Cyria Coentro e Tarcísio Meira, que carregaram o primeiro capítulo. A exemplo do que acontecia nos anos 1990 nesse horário, “Velho Chico” se permitiu ousar mais na primeira exibição com cenas de nudez de Carol Castro. 
 
Marca de Benedito
 
O texto, como não poderia deixar de ser, tem não só o dedo, mas a mão inteira (quiçá, as duas) de Benedito Ruy Barbosa, criador e supervisor da trama. Edmara e Bruno tiveram, sem dúvida, um bom professor e tem tudo para elevar de vez a audiência da faixa. 
 
 
“Velho Chico” é uma realidade completamente diferente daquela retratada nos últimos tempos e o telespectador até pode, a princípio, estranhar a linguagem adotada, já que Luiz Fernando Carvalho tem uma maneira única de conduzir uma trama desse porte, mas é inegável que nova novela das nove fez aquele público mais saudoso ligar a televisão mais uma vez.
 
 
Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há 11 anos e assina a coluna Enfoque NT há cinco, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br  |  Twitter: @tforatto
 
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