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Em edição histórica, "Silvio Santos" salva "Tomara que Caia"
A coluna "Enfoque NT" analisa fase do "Tomara que Caia" desde que aboliu elenco fixo e na participação especial de Ceará
Por Thiago Forato
Publicado em 19/10/2015 às 10:23
Quem viu, viu. Na noite deste domingo (18), quem abriu o tão criticado “Tomara que Caia” foi Silvio Santos com sua tradicional canção de abertura do extinto “Show de Calouros”.
O Silvio Santos, no caso, é o personagem mais famoso de Ceará, que se consagrou no “Pânico na TV” e hoje dá expediente no canal Multishow, da Globosat, com "A Grande Farsa", e fez sua estreia pelo canal carioca em rede aberta.
Desde o princípio, Ceará conseguiu o que o programa dificilmente tem provocado: riso. Estrear na Globo, concorrendo com o próprio “Pânico” e pela liderança de audiência do horário com seu ídolo, o Silvio Santos do SBT, não lhe gerou qualquer nervosismo evidente. Sabia o que estava fazendo e conseguiu conduzir o show e chamar a responsabilidade de forma magistral e categórica.
Desde que a Globo apostou no fim do elenco fixo do “Tomara que Caia” e passou a colocar suas fichas em participações especiais como a de Tom Cavalcante, Renata Dominguez, Samantha Schmütz e o próprio Ceará, o humorístico ganhou fôlego, principalmente por ter sempre pessoas capacitadas fazendo tudo aquilo. Alguns, claramente, embora fossem bons atores e nomes de peso, simplesmente não tinham que estar ali.
O formato ficou menos confuso e as intervenções de Ceará neste domingo tiraram a atração do óbvio e entrou para a história como um dos momentos mais inusitados da televisão, sobretudo da Globo, que há algum tempo não permitiria esse tipo de coisa em hipótese alguma.
Chamar uma imitação de Silvio Santos para combater o próprio? Mais do que isso, Ceará colocou todo mundo na roda, os atores compraram a ideia e até André Gonçalves esboçou uma imitação do dono do SBT. Tudo isso sem qualquer tipo de cerimônia.
Além de Ceará e André, já mencionados, participaram neste domingo Marcelo Serrado, Heloísa Périssé e Eri Johnson, remanescentes do grupo original, Danielle Winits, Érico Brás, Marcelo Laham, Frank Menezes (no ar em "I Love Paraisópolis") e Arlete Salles.
Um dos programas mais famosos de Silvio Santos, o “Qual é a Música?”, também foi homenageado pelo humorístico. Em meio as cenas, os atores tinham que adivinhar a música, tendo como pista apenas algumas notas, como no original. O icônico Pablo, quem dublava as canções, não passou batido e ganhou são versão global.
A Globo estreou um “Tomara que Caia” com uma formatação bastante complexa para o telespectador, cheio de regras e deixando de lado o principal ingrediente de um programa humorístico: o riso. De nada adianta uma superprodução, elenco estelar, se não fizer quem está em casa rir. Alguns ajustes foram feitos e a emissora viu que apostar no mais simples e genuíno ainda funciona.
Outro fator não menos importante foi a diminuição do tempo do programa. Quando estreou, em julho, o “Tomara que Caia” tinha pouco mais de uma hora no ar, e ontem teve 40 minutos, entrando às 23h30. Mais enxuto e objetivo.
De qualquer forma, o “Tomara que Caia” deverá deixar a grade da Globo em novembro sem deixar muitas saudades. Até seu final, a emissora continuará apostando em participações especiais como uma maneira de tentar oxigená-lo e ter uma última impressão mais agradável do que a primeira.
Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há dez anos e assina a coluna Enfoque NT há quatro, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br | Twitter: @tforatto
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