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TV tem apresentadores em boa fase, mas conteúdo de programas não acompanha

Território da TV


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Foto: Divulgação

Xuxa Meneghel, Celso Portiolli e Daniela Albuquerque. Pare e pense o que eles possuem em comum. Mas antes de desenvolver as mais diversas teorias conspiratórias, esclareço que o ponto de convergência entre os apresentadores da Record, do SBT e da RedeTV! é a recente estreia de novos programas por parte de cada um deles.

Indo ponto a ponto, comecemos pela rainha dos baixinhos, que ainda não se mostrou um estouro de audiência na nova emissora, mas já transformou sua imagem. Deixou de lado a identidade infantilizada para se mostrar uma cinquentona de bem com a vida, feliz e sincera. Espontaneidade que vale ouro nesses novos tempos.

Ao mesmo tempo em que se desconstrói um mito se levanta uma nova imagem que cativa a nova geração de telespectadores por si só. Ela deixou o passado para mostrar que ainda está no jogo.

O problema é que seu programa tem como maior atrativo ela própria. A Xuxa em um monólogo de duas horas teria quase tanto efeito quanto com seus quadros e convidados. E por mais que ela mostre novas facetas, não é um Silvio Santos para repetir isso semanalmente sem enjoar o público.

Assim surge a necessidade de atrações que possam segurar o interesse sem depender de lapsos com escalação de bons nomes, problema similar ao “Sabadão” do Portiolli, colocado no ar sem nenhum planejamento, mas mantido pelo carisma do comunicador que o comanda e que merece algo melhor para mostrar seu talento.

Com menos tempo de estrada que os outros dois citados, mas já vivendo um dos melhores momentos, se não o melhor de sua carreira, Daniela Albuquerque vem se mostrando digna do título do seu “Sensacional”.
 
A apresentadora que começou com pequenas “cabeças” no “Dr. Hollywood” e evoluiu ao vivo no “Manhã Maior”, hoje segura um auditório muito bem. Iguala-se ou mesmo supera nomes de outras emissoras.

O brilho de Dani é ainda mais visível nas matérias externas, onde consegue estabelecer uma rara relação de cumplicidade em suas entrevistas, se portando no entretenimento, mas sem negar sua veia jornalística. É com esse porte que consegue providenciar ótimas matérias.

O grande problema do seu dominical é simplesmente ser um dominical. A faixa em que é exibido se mostra saturada. Os ajustes de pautas não são suficientes para quebrar a hegemonia de Eliana, Rodrigo Faro e o futebol. Sobra uma fatia muito pequena disposta a dar uma oportunidade para a novidade.

O ideal para a atração seria se estabelecer aos sábados, depois da faixa esportiva, transitando no vácuo entre o final do “Caldeirão” e do “Raul Gil” e começo do “Programa da Sabrina”, quando a noite fica sem a exibição de um programa de auditório nas grandes redes.

Ainda aos sábados, mas já mais tarde, o “Sabadão” tem concorrentes fortes (“Altas Horas” e “Legendários”), mas com a boa entrega dos realities culinários pode se estabelecer facilmente ao longo do tempo.

Enquanto a Xuxa ficará fatalmente dependente da sua antiga casa nas noites de segunda. Se ela escalou um filme mediano, pode subir. Mas em caso de blockbuster, melhor conter as expectativas... E em 1 quarto do ano ainda há a influência direta da novela das 23h da Globo, como a subida das últimas semanas após o desfecho de “Verdades Secretas” vem mostrando.

Mas o resumo da ópera é que para todas as gerações e todos os gostos nossa televisão vem se renovando, seja com caras inéditas, seja com rostos consagrados se multifacetando. A torcida é para que as equipes por trás do vídeo também sigam a mesma linha ascendente.

 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

 

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