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A guerra do sábado à noite e o vazio insuportável do sábado à tarde na TV

Antenado


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Programa estreia nas noites de sábado do SBT

Na noite deste sábado (29), um novo - tirando o título - programa chega para movimentar a disputa pela audiência no fim de semana: o "Sabadão com Celso Portiolli", no SBT. Sucesso nos anos 90, o título volta para compensar Portiolli pela perda de duas horas do "Domingo Legal" por causa do acordo com a Disney.

Além disso, você já tem o "Legendários", que há um bom tempo já faz barulho, e o ótimo "Altas Horas", sem contar o "Mega Senha", da RedeTV!. Antes, temos "Esquadrão da Moda", "Bake Off Brasil", Sabrina Sato e o "Zorra", em boa fase na Globo. Ou seja, hoje, o sábado à noite tem opções para todos os gostos, todos os públicos, todas as faixas. Pode-se discutir as atrações, mas é inegável que os canais estão investindo e se dando bem com eles.

O "Sabadão", apesar de chegar em circunstancias diferentes dos outros - mais por acaso do que necessariamente investimento -, é um reflexo de que as emissoras sabem que esta faixa é forte e tem um retorno comercial e de audiência interessante. É um panorama bem diferente do que eramos acostumados a ver há cinco ou seis anos, por exemplo.

No entanto, por algum motivo, o mesmo não acontece nas tardes. Hoje é possível dizer que as tardes de sábado é a faixa mais insuportável na televisão brasileira. Na Globo, temos a reprise de um programa humorístico ruim, o "Estrelas" de Angélica, que normalmente dá sono, e o "Caldeirão do Huck", que além de não se renovar em nada - a principal novidade para a comemoração de 15 anos da atração é o ressurgimento do "Hipertensão" como quadro -, é um dos programas mais assistencialistas da TV atualmente.

Na Record, enlatados. No SBT, Raul Gil e o seu programa que não muda absolutamente nada há pelo menos 20 anos. Na Band, o até interessante, mas cheio de conteúdo estrangeiro "Sábado Animal" e o intragável "Brasil Urgente". De fato, a única que investiu na faixa foi a RedeTV!, com a "Super Faixa do Esporte", que tem basquete, vôlei, futebol e até notícias do mundo dos games. Grade até interessante, mas segmentada demais.

É fato que o panorama não é o mesmo da faixa noturna. Há certo descaso com as tardes de sábado, que já tiveram grandes nomes como Chacrinha e Bolinha, por exemplo. Hoje, ela é tratada pior até que as madrugadas. Ver televisão no sábado à tarde é coisa para corajoso. E as emissoras não se esforçam para que seja mais fácil aturar. Atualmente, o melhor programa da TV nos sábados é tarde é, realmente, desligá-la e ler um livro.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, além da coluna “Antenado”, assinada todos os sábados, é responsável pelo “Documento NT” e outras reportagens. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer
 

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