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"Troféu Imprensa", mais conhecido como "Espetáculo Silvio Santos"

Analisando


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Divulgação/SBT

Mais uma edição do tradicional “Troféu Imprensa” foi ao ar na noite deste domingo (12) e nos trouxe o que sempre esperamos dela: ótimas risadas e um irreverente Silvio Santos.

Antes de qualquer coisa já justifico que a premiação é uma das mais importantes do país, independente da credibilidade do júri ou de como os indicados são selecionados (votação popular). Silvio Santos leva toda a festa nas costas e a enriquece de prestígio, sempre.

Diante disso, uma grande preocupação pode ser gerada aos responsáveis desta atração. Quando Silvio decidir parar, tudo que assistimos deverá passar por sérias reformulações para o produto continuar atraente ao mercado e aos próprios prestigiados.

Por que digo isso? Não discordo da participação do público em votações de melhores do ano, inclusive para isso temos o “Troféu Internet”, mas discordo que seja o público quem destine os candidatos à disputa do "Troféu Imprensa". Tivemos alguns exemplos dessa fatalidade como “Meu Pedacinho de Chão” e “Alto Astral” esquecidas em novela do ano. Juliana Paes, Drica Moraes, Othon Bastos e Osmar Prado no prêmio dos atores. Bons jornais esquecidos, bons jornalistas... Tudo isso tira o brilho do produto que, de fato, pode ser considerado o Oscar da Televisão.

O que não posso fazer é criticar a atração em si por conta de um “erro” popular. Claro que isso deve ser mudado, e espero que os organizadores enxerguem isso o mais rápido possível. Talvez escolher um grupo de cem jornalistas específicos das grandes capitais e através da votação deles definir os indicados, fica uma ideia. O fato é que do jeito que está e, por ventura, sem Silvio Santos, não vai dar para ficar.

Agora vamos às partes boas – e justiça seja feita, foram muitas -. Primeiro não posso deixar de citar Marcos Caruso e Mariana Ximenes no palco com Silvio Santos recebendo seus prêmios antigos. É sempre bom ver a Globo mais flexível com seus concorrentes e entendendo que são um prestígio para ela mesma esses troféus. Aguardo, por exemplo, a liberação do Faustão, Bonner, Fátima... Nomes como esses que também têm prêmios lá guardados.

Um pouco desanimado no começo, por causa de uma gripe, Silvio Santos começou o programa até afônico e cansado. Mas aos poucos se soltou e mostrou-se até mais comedido comparado às edições anteriores. Limitou-se em brincar apenas com sua filha (Patrícia), a turma do “Pânico” e os apresentadores do “Bom Dia & Cia”.

Por falar em Patrícia Abravanel, ontem ela mostrou o quanto cresceu como profissional e protagonizou um dos grandes momentos do programa. Ao receber o prêmio de melhor apresentadora de 2013, Patrícia brincou com o pai, falou sobre o vestido e ainda achou tempo para interagir com o júri. Principalmente com Flávio Ricco, que, segundo ela, vive criticando-a. Inclusive fez questão que ele entregasse o seu prêmio.

Carlos Nascimento, junto com Rachel Sheherazade e Joseval Peixoto, recebeu o troféu de melhor jornal e Silvio Santos não escondeu a admiração que tem pelo jornalista. O mesmo aconteceu com Marília Gabriela, que foi questionada sobre sua saída pelo próprio patrão que, por sua vez, fez questão de deixar claro que está esperando seu retorno. Segundo ela, o que realmente deve acontecer mais para frente.

Eliana também teve seus momentos de graça com Silvio. Mas foi totalmente ofuscada pelo grande acontecimento deste ano: Rodrigo Faro. Ele entrou no palco e recebeu a missão de apresentar a categoria de melhor apresentador, no qual acabou ganhando novamente. Constrangimentos à parte, ficou nítida a admiração que Faro adquiriu ao longo dos anos como apresentador e o carinho que Silvio Santos tem por ele. No final, ao receber um dos troféus, Nelson Rubens fez a deixa para o Faro: “Quem sabe você não apresenta aqui ainda. Aqui você tem futuro”.

Outro ponto positivo é a bancada de júri que a premiação vem formando. Claro que ainda tem alguns membros que ‘desvalorizam’ – percebam que coloquei aspas – pelo fato de não serem críticos de televisão, como Nelson Rubens e Décio Piccinini, mas a presença de Flávio Ricco, Ricardo Feltrin, Keila Jimenez e Cristina Padiglione, por exemplo, valorizam por serem críticos específicos do que está sendo julgado. Outra dica que fica é para um quadro de jurados mais enxugado, talvez oito, e apenas críticos.

De todo modo, enquanto Silvio Santos apresentá-lo, o “Troféu Imprensa” será sempre um espetáculo na televisão.
 

Luiz Sales é formado em Comunicação Social - Rádio e TV. Aqui no NaTelinha, faz reportagens especiais e análises sobre essa fantástica fábrica de sonhos chamada televisão.

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