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Primeira semana mostra Gugu mais popular e acertando no tom jornalístico

Território da TV


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Divulgação

Gugu Liberato reestreou na Record retomando duas das características que consagraram a sua carreira: a linguagem popular acessível para as massas e o foco certeiro no jornalismo.

Em que pese o episódio superado da entrevista do PCC em seu currículo, é bom lembrar que pelo "Domingo Legal" o Brasil acompanhou coberturas gigantescas, como o acidente aéreo envolvendo o grupo Mamonas Assassinas e as rebeliões e demolição do complexo do Carandiru. Poucos profissionais de bancada narraram tantos fatos relevantes ao vivo.

Desta vez, o grande destaque foi gravado com antecedência. E depois de muita negociação. Após quase 10 anos de silêncio, Suzane Von Richthofen falou pela primeira vez com uma emissora sobre o assassinato dos seus pais já na condição de condenada pelo crime.

Antes de ser julgada com margem apertada (4 a 3) pelo tribunal, ela havia sido entrevistada pelo "Fantástico", que na época já destacou a dificuldade em furar o bloqueio para a conversa.

Na ocasião, vestida com roupas infantis, chorando copiosamente e sempre de mãos dadas ao então advogado, ela se disse manipulada pelo namorado Daniel Cravinhos. Entretanto, a captação de áudio mostrou que ela foi instruída pelos advogados a fazer um discurso limitado, sendo que a farsa a mandou novamente para cadeia na época.

Agora, ela até já poderia estar fora das grades durante o dia caso quisesse, já que tem direito ao regime semiaberto. Mas prefere seguir na cadeia de Tremembé, onde estão outras presidiárias famosas, como Anna Jatobá e Elize Matsunaga. Elize, que supostamente seria ex de Sandra Regina Gomes, a atual namorada de Suzane, informação negada na completa entrevista.

Em um primeiro momento, antes da entrada de "Sandrão Galega", Gugu captou até mesmo confissões da assassina, como que o crime foi premeditado. Diante de uma mulher de 31 anos que relata seus atos com frieza, ele não chegou a colocar contra a parede. E essa opção dela em fugir de um conflito maior parece óbvia ao ter escolhido falar com uma figura mais conhecida pela gentileza.

Mesmo com o tom amistoso, nenhum tema ficou de fora. E Gugu mostrou que o jornalismo pode e deve ser mais utilizado. Aliás, já há outra entrevista gravada com o goleiro Bruno e que deve ir ao ar em breve.

O problema é a sedução de repetir o que funciona até que canse. A divisão do VT com Suzane em duas partes fez sentido, mas trazer um especialista para o analisar nesta terça-feira (03) já pode começar a dar uma sensação de poucas novidades.
 
Por sua vez, a retomada das origens também não deixa de ser uma novidade. Se em 2009 Gugu estreou na Record apostando no Blue Man Group e em quadros grandiosos, os primeiros convidados desta vez foram para lá de populares, como Leonardo, MC Gui e Valesca Popozuda.

Quadros como o "Táxi" não precisam de produção mirabolante, mas garantem um bom e ágil entretenimento. De mais dispensável, somente Marcelinho Ié Ié reproduzindo o icônico quadro de despertar famosos. O Rodolfo, que fazia a versão do começo dos anos 2000, está aí sem contrato com nenhuma emissora.

Mas, em resumo, o que se pode tirar dos dois primeiros dias da "temporada 2015" de Gugu na Record é que ele está definitivamente de volta. E não por ego ou necessidades comerciais. Voltou para brigar e mostrar que pode acrescentar ainda mais capítulos de sucesso em sua biografia.


No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)


 

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