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Final do "MasterChef" tem liderança consagradora do melhor reality do ano

Território da TV


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Foto: Divulgação
Há alguns anos, a Band havia investido numa versão brasileira de um reality consagrado internacionalmente. Para isso, havia apostado num nome forte no mercado para apresentação e num time de especialistas na área completando o elenco. 
 
Tratava-se do "Project Runway", por aqui rebatizado como "Projeto Fashion" e que teve a apresentação de Adriane Galisteu, em mais um insucesso acumulado na TV aberta. 
 
Felizmente, não ficou nenhum trauma por isso. E o canal novamente apostou em pegar um formato que poderia ser julgado como com perfil de TV por assinatura. 
 
Dessa vez, o nome escolhido para gerar repercussão espontânea e garantir o faturamento foi o de Ana Paula Padrão, que assumiu um papel inexistente em outras versões do "MasterChef".
 
 
Mas o maior acerto dessa primeira temporada ficou por conta da escolha dos jurados. Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça conseguiram uma química impressionante de imediato e se complementaram nos auxílios e críticas aos participantes.
 
Firmes, mas sem gritaria forçando os tons de vilania, eles foram as grandes figuras e ajudaram a conduzir a dinâmica de todo o jogo. Suas análises detalhadas ainda explicavam bem as decisões e aguçavam o apetite do telespectador. 
 
 
Eles já se tornaram sinônimo da atração no Brasil e é difícil imaginar um "MasterChef" sem as legendas para o sotaque do Jacquin ou as caras e bocas da Paola ao provar os pratos. 
 
Aliás, é difícil imaginar qualquer outra competição do gênero sem traçar paralelos com o "MasterChef", que agora começa a desencadear um boom de similares em busca do mesmo sucesso. 
 
Sucesso mesmo diante dos realities de outros gêneros exibidos. Obviamente, alguns exibidos na Globo e na Record podem ter ido melhor numericamente, mas no conjunto de fatores da realidade de cada emissora, o fator novidade "MasterChef" o deixou muito mais atraente que as novas e mornas temporadas do "Big Brother", "A Fazenda" ou "The Voice". 
 
Mas os méritos de todo esse êxito vão muito além do trio do júri. Com episódios de 2 horas totais, a edição deu show ao manter o ritmo constante. Não houve "barriga" em nenhuma fase do programa, que praticamente sempre foi interessante de ponta a ponta.
 
O cenário caprichado em padrão internacional e a entrega dos participantes também contribuíram para o sucesso. 
 
Os aspirantes se dedicaram ao máximo nas provas e praticamente todos os 16 que chegaram na última fase tem elementos que poderiam os deixar entre os 3 finalistas. 
 
Até mesmo a continuidade que preservou até as manchas nos uniformes das finalistas no anúncio ao vivo da vencedora nessa terça-feira foi digna de nota. A prova em que elas sujaram os aventais havia sido gravada no final de setembro. 
 
 
Capricho que mereceu a liderança na audiência por diversos minutos, algo inimaginável antes da atração estrear, até mesmo pela fase ruim que a Band vem vivendo fora do futebol. 
 
"Pânico" e "CQC" devem ser reformulados em 2015 como forma de frear suas perdas de audiência e relevância e até mesmo apostas novas como o "Tá na Tela" não ficaram dentro das expectativas. Ou seja, sem o "MasterChef", o ano dos "shows" da Band teria sido um completo desastre. 
 
Curiosamente, por muitos dos minutos no topo, era exibido simultaneamente na concorrência o "Jornal da Globo". Ou seja, Ana Paula Padrão superou o telejornal que ancorou por diversos anos. 
 
Nesse clima de festa, Elisa, inicialmente uma das mais apagadas participantes, mas que conseguiu conter seus medos em diversas provas e após uma trajetória baseada na regularidade já havia chegado na reta final com status de queridinha do público, faturou os 150 mil reais e diversos outros prêmios. 
 
Aos 24 anos, a primeira "MasterChef" do Brasil ainda tem muito espaço para crescer na carreira culinária, assim como vários de seus colegas, que já conseguiram empregos no ramo graças ao reality. 
 
Boa parte deles foi reunida ao vivo logo após a finalíssima numa edição do "Agora é Tarde", que repetiu o esquema de todas as terças e se transformou numa divertida extensão do seu antecessor. 
 
A segunda temporada, é claro, já está confirmada para 2015, quando também deve ser lançada uma versão infantil do reality.


No NaTelinha, o colunista Lucas Félix irá mostrar um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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