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Os bastidores da ESPN e o que esperar do canal em 2015

Antenado


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Paulo Vinícius Coelho deixou a ESPN nesta semana

Nota do colunista: no sábado passado (06), esta coluna não foi ao ar excepcionalmente, devido à uma série de reportagens que fiz no Rio de Janeiro e em São Paulo. Voltamos nesta semana normalmente.

Já disse isso aqui em outra coluna, e repriso: sou grande fã do jornalismo que é praticado na ESPN Brasil. Bons profissionais, boa técnica, entre outras qualidades. Porém, eu preciso falar da saída de Paulo Vinícius Coelho.

Hoje, esta coluna é um misto de opinião e informação. A perda de PVC é algo que mostra que, mesmo com a excelente cobertura da Copa do Mundo, 2014 não foi um bom ano para a ESPN.

Perder Champions já é puxado. Perder o principal campeonato e um dos principais comentaristas é muito pior. João Palomino, recém-promovido a vice-presidente, precisa mostrar mais trabalho do que já vem mostrando. Tem sido um bom diretor, isso tem que ser ressaltado. Subiu os números e o faturamento da emissora, pelo que tenho de informação. A ESPN precisa de eventos, e não é qualquer evento. É evento forte, impactante, que mostre pro mercado que ela não está aceitando passivamente essas perdas.

Pelo que ouvi de pessoas que trabalham na ESPN e que tenho o privilégio de chamar de amigos - logicamente, não citarei nomes -, há uma chateação pelos rumos do canal atualmente. Todos gostam do Palomino e reconhecem o trabalho dele, mas o canal tem perdido características importantes, como as reportagens diferenciadas e a qualidade de sua programação.

"É importante ter programas ao vivo, mas tirar o 'Loucos por Futebol' do ar não foi algo bom. Havia espaço na programação e ele era a cara do canal", me disse um amigo-funcionário. O clima ainda é dos melhores para se trabalhar, isso é fato, mas algo incomoda: a audiência. "É legal que os números subam, e a programação ao vivo é importante, mas estamos perdendo algo primordial: identidade", me disse outro.

Não sei exatamente o que essas pessoas querem dizer com alma, porque não trabalho na ESPN Brasil. Creio que seja identidade que a ESPN tinha antes e hoje não tem mais. Creio que o 2015 do canal esportivo da Disney terá uma missão puxada, que é ganhar a confiança de seu fã de esporte. Não que tenha perdido, mas precisa reforçar a ideia de que ele é o melhor canal esportivo da TV paga. E números não confiam qualidade, e todos sabem disso.

Boa sorte, ESPN. Me parece que você vai precisar.
 

Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, além da coluna “Antenado”, assinada todos os sábados, é responsável pelo “Documento NT” e outras reportagens. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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