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"Tá na Tela" chegou com uma década de atraso na TV

Enfoque NT


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Fotos: Divulgação/ TV Band
O "Tá na Tela", apresentado por Luiz Bacci na Band, já teve seu fim decretado esta semana. Irá ao ar somente até o final de dezembro e o apresentador vai comandar o "Café com Jornal", além de especiais como o "Miss Universo" com Renata Fan e o "Band Folia", no Carnaval.
 
O fato é que o programa que estreou em agosto deste ano deveria ter estreado no começo dos anos 2000. O sucesso seria instantâneo, porque era o que a televisão e o público pediam. Um produto jornalístico, agregando sensacionalismo com uma pitada de entretenimento. 
 
O programa de Bacci não se definiu e tentou abraçar o mundo. 
 
 
Teve seus espasmos, mas não conseguiu desempenhar com competência nenhuma das esferas que lhe foram propostas. O potencial era enorme e fora jogado no lixo por uns pontinhos a mais no Ibope que de nada adiantaram.
 
 
A plateia, pouco sentido fazia por ali. Espaços eram concedidos à convidados dizendo meia dúzia de disparates e por várias vezes o programa ressuscitou artistas que estão hoje no anonimato num suspense que beirava o patético, sem o menor cabimento.
 
O "Tá na Tela" em muito lembra o que João Kléber fazia há mais de 10 anos nas tardes da RedeTV!. A diferença é que ele realmente dava uma audiência muito acima da média da emissora e fazia barulho, gerando repercussão. Apesar dos pesares.
 
Não que Luiz Bacci não seja bom. Ele apenas se perdeu na ânsia de tentar fazer o programa dar certo, mas da maneira errada. Pensou a curto-prazo. Avisos não faltaram.
 
Também faltou personalidade. Não raras as vezes, Bacci tentava buscar bordões de Marcelo Rezende com frases repetidas e entonações de voz desnecessárias para determinado momento. Não faz sentido berrar sem parar, o telespectador não é surdo. E seu ouvido não é penico. Não havia necessidade de se exclamar num tom tão alto como aconteceu em algumas oportunidades.
 
 
O que se pode extrair de bom disso tudo é a gana de Luiz Bacci em vencer. Não mediu esforços para que isso acontecesse. Foi atrás de externas, fez entrevistas. Deu seus pulos. E teve muito conteúdo que se aproveite sendo exibido.
 
Destaco também as reportagens de Silvana Kieling que sempre foi bastante competente como repórter. E o que dizer da antiga trilha do "Domingo Legal"? Era realmente necessário?
 
Que todo esse processo se transforme em amadurecimento. Porque oportunidade, não deve faltar. 
 
Em tempo
 
No programa desta quarta-feira (10), o "Tá Na Tela" registrou recorde de audiência. De acordo com dados prévios da Grande São Paulo, a Band cravou média de 5 pontos com pico de 8 garantindo o terceiro lugar absoluto no horário.
 

Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há nove anos e assina a coluna Enfoque NT há três, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br  |  Twitter: @Forato_

 
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