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Até quando se fechará os olhos para a violência contra os jornalistas?

Antenado


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Foto/ilustração

Esta semana foi de doer pra mim. E não falo que vi um programa que não gostei, ou algo que me desagradou na televisão. Quem dera se fosse isso.

Só nesta semana, o NaTelinha noticiou dois casos pesados de agressão e repressão contra jornalistas em suas respectivas cidades e estados.

O primeiro foi no SBT Pará, mais exatamente em Altamira. Tentaram matar - e quase conseguiram -, o cinegrafista do canal, Lucas Kempner, que teve doze tiros disparados contra ele. Quatro o pegaram.

O profissional está internado neste momento, e pelo que falei com o pessoal do Pará, não corre risco de morte. Foi sorte não ter falecido. Alias, foi Deus.

Outro caso, um pouco menos grave mas não menos chocante, está acontecendo em Ribeirão Preto, cidade importantíssima do interior de São Paulo. O apresentador do "Noticidade", do SBT local, teve o carro apedrejado, está recebendo ameaças de morte, tudo isso porque critica fortemente a prefeita local e os seus correligionários não estão gostando muito.

O mais chocante é que depois desta matéria de Ribeirão Preto, mais denúncias apareceram. Jornalistas de vários veículos da região relataram que é disso para pior. É repressão pura.

O que eu quero dizer exatamente é que me parece que a Polícia está pouco se lixando para os ataques, para as mortes, para as ameaças. Não sei se você que me lê neste momento sabe, mas o Brasil é um dos países onde mais se mata jornalistas no mundo.

Está entre os cinco mais. O número é alarmante. E pior ainda é que 93% dos casos registrados não se resolvem. Só perdemos para o Iraque em número de jornalistas mortos. Ou seja, aqui no Brasil, há quase uma licença para matar jornalistas, quando eles não agradam e não noticiam o que algumas pessoas querem.

Eu me pergunto até quando isso irá. Até quando vão precisar morrer jornalistas para entender que a profissão é de risco? Estou esperando uma resposta das autoridades.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, além da coluna “Antenado”, assinada todos os sábados, é responsável pelo “Documento NT” e outras reportagens. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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