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Emmy valoriza "Joia Rara" como o telespectador não fez

Enfoque NT


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Divulgação/TV Globo

A novela “Joia Rara”, produzida pela Globo entre setembro de 2013 e abril deste ano, venceu na última segunda-feira (24), a categoria de melhor novela na 42ª edição do Emmy Internacional, como se fosse um Oscar televisivo. A produção conseguiu superar uma história canadense, outra portuguesa e filipina.

Escrita por Thelma Guedes e Duda Rachid em 173 capítulos, “Joia Rara” teve uma audiência baixa, de apenas 18 pontos. No entanto, foi bastante elogiada pela crítica e público embora tivesse falhas pontuais no seu desenrolar e a famosa “barriga”, que não foi tão curta.

A história teve no budismo uma filosofia que prega a paz individual e interior, lei do desapego e amor ao próximo, um papel preponderante no desenvolvimento do folhetim, o que pode ser que tenha afugentado o grande público.

Não é lá muito “crível” imaginar que um grande mestre budista poderia reencarnar anos depois numa menina, e esta, ainda criança, ser capaz de dar tantos ensinamentos e lições para aqueles que a rodeiam. Acabaram perdendo uma bela história.

Papéis bem desenhados

Em “Joia Rara”, os papéis eram muito bem delineados e definidos. Aliado a bons ingredientes de uma novela como rivalidade entre irmãos, vingança, disputa por uma mesma mulher  e histórias paralelas relevantes, a trama acabou se diferenciando pela temática tão pouco discutida (budismo) com Mel Maia numa interpretação irrefutável.

Não só ela, como os principais papéis foram feito sob medida para aqueles atores. Que convenceram. Sobretudo Bianca Bin como mocinha, Carmo Dalla Vecchia na pele de um vilão sem escrúpulos e José de Abreu hora bom, hora ruim. Atuações impecáveis.

Aliás, é válido destacar o talento e versatilidade de Bianca Bin. De mocinha à perua em “Boogie Oogie”, uma transformação impressionante e absolutamente verossímil. A capacidade dessa atriz em interpretar personagens diferentes é verdadeiramente algo a ser destacado.

Fracasso no Ibope

Como disse anteriormente, é provável que o budismo tenha afastado parte do público, mas não é o único fator. Tramas de época já não ganham a simpatia do telespectador há algum tempo (“Boogie Oogie” tem tido bons números, mas são épocas diferentes) e o momento da Globo naquela ocasião era pior do que a vivida agora.

Num artigo escrito neste espaço ao final de “Joia Rara”, já havia alertado sobre a possibilidade real da novela vencer prêmios internacionais devido a sua qualidade ímpar de produção, fotografia e figurino, além de uma boa história de amor e temática diferenciada. Não deu outra.
 

Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há nove anos e assina a coluna Enfoque NT há três, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br  |  Twitter: @Forato_

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