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"Jornal Nacional" tem troca com menos pompa e script repetido

Território da TV


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Divulgação

Em 2011, Fátima Bernardes teve 15 minutos para se despedir do “Jornal Nacional”. Em 2014, Patrícia Poeta contou com somente 4. Numa conta aproximada, cerca de 1 minuto para cada ano no posto.

O que não mudou é o texto padrão repetido por elas no tempo que tiveram disponível. Ambas falaram em seguir um sonho antigo e exaltaram suas sucessoras.

Nesse meio, William Bonner também recebeu elogios por ser uma unanimidade aparente como bom chefe e exaltou a continuidade da relevância do “JN” independentemente das figuras que o ancorem.

A diferença expressiva de tempo nesses três anos de intervalo entre as trocas fica por causa da ausência ontem de VTs que exemplificassem a trajetória de ambas as presentes. As coberturas em que Patrícia e Renata Vasconcellos se destacaram ganharam apenas citações superficiais.

E o mistério em torno dos passos futuros das que deixavam o posto também foi idêntico. Assim como Fátima em sua época, Patrícia nada revelou sobre o que fará em breve na Globo e muito menos deu prazos. Pouco esclarecedora, trocou o “boa noite e até amanhã” por “até breve. A gente se vê”.

Quem fará o “JN” de hoje?

A troca de 2011 foi conduzida com as homenagens numa segunda-feira para Poeta estrear sozinha na terça. Dessa vez, optou-se pela sexta para a passagem, porém é sabido que Renata retorna somente no começo da próxima semana.

Ou seja, abriu-se um buraco hoje com a antiga titular “deposta” e a nova ainda sem receber a “posse”. Situação curiosa.

Destaques das trajetórias

Na troca tripla de elogios, Patrícia ganhou destaque pelas coberturas feitas no próprio “JN”, como o conclave e a Copa do Mundo. Quando novata, o maior espaço havia sido para o período como correspondente em Nova York. Renata foi mais destacada pelo conjunto da carreira, desde os tempos de Globo News.

Ambas foram entrevistadas como convidadas, numa posição pela qual passam geralmente técnicos da Seleção Brasileira, esportistas e os presidenciáveis.

Será a cadeira?

Fátima Bernardes passou mais de uma década com o projeto do estúdio-redação sendo todo dela (e de William, claro). O inaugurou e se despediu dele.

Depois da reforma em 2009, ela mesma ainda ficou por lá, tendo duas sucessoras diferentes em apenas 5 anos. Com interferência ou não do ambiente, a média de trocas disparou.

Outras trocas

Há tempos que as passagens de microfone tem sido centro das atenções. Além da ocasião do “JN” em 2011, Renata recentemente já havia sido recepcionada por Tadeu Schmidt no “Fantástico” enquanto ele se despedia de Renata Ceribelli e Zeca Camargo. Mas o dominical costuma ser mais econômico no tempo que dedica para dança das cadeiras do que os telejornais.

Antes, a agora âncora do “JN” tinha se despedido de Renato Machado e depois de Chico Pinheiro no “Bom Dia Brasil”, onde deu lugar para Ana Paula Araújo.

Chico e Mariana Godoy também ganharam homenagens no ar quando deixaram o “SPTV 1” para novos projetos no Grupo Globo, mas Mariana não se despediu dos telespectadores do “Jornal das 10” ao romper contrato com a Globo News recentemente.

A Record teve postura mais liberal ao permitir que Ana Paula Padrão anunciasse sua saída do canal ao vivo no “JR”.

Há também despedidas vagas como a de Datena na sua mais recente passagem pela própria Record, quando fechou o “Cidade Alerta” com a mensagem de “até um dia”.

Mas o modelo mais comum vem sendo a reunião de todos os envolvidos no ar com as devidas explicações que não explicam muito. Uma prestação de contas necessária para evitar enxurradas de contatos e teorias conspiratórias. Bom efeito da humanização dos profissionais de jornalismo televisivo nos tempos recentes.

 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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