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"MasterChef" mostra erro de avaliação de diretores sobre realities

Antenado


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Divulgação/Band

A cada semana, o "Masterchef", reality exibido às terças na Band, vai subindo na audiência. Na última terça-feira (21), marcou 4,2 de média com 7 de pico na Grande SP. Foi segundo lugar por 23 minutos.

Detalhe que evidencia ainda mais o sucesso: o pico de audiência foi atingido logo após a meia-noite. 7 pontos, na Band, depois da meia-noite, nos últimos anos, só vi três produtos fazerem igual: Futebol, Danilo Gentili e o "Pânico".

Ou seja, isso mostra que o reality veio no momento certo, e na hora certa. Vale também frisar que o Ibope sobe após o fim de "A Fazenda", na Record. Provavelmente, se ambos não disputassem, o "MasterChef" iria melhor do que já vai.

Todos estes dados, se analisados friamente, acabam com um mito que foi reforçado com a fala da diretora de programação e artístico do SBT, Daniela Beyruti, para o jornal Meio e Mensagem.

A filha de Silvio Santos disse que realities culinários eram para "públicos específicos, nichados". Ora, como assim? Creio que a máxima de programas do tipo do "Masterchef" vale para realities musicais também: são coisas universais, todo mundo gosta. Logicamente, todos têm seu ritmo ou prato favorito, mas gostam de apreciar e ver. Então, como produtos universais podem ser para públicos nichados, específicos? É ilógico até.

Este erro de avaliação cometido por ela, foi evidenciado ainda mais com a estreia do "Cozinha Sob Pressão", baseado no sensacional "Hell's Kitchen". O formato é bom, abrangente, fala sobre comida, e o chef exigente com um pé no assédio moral fazem o programa ser absolutamente interessante. Carlos Bertolazzi, que é o chef brasileiro, faz muito bem a função. Porém, o horário é terrível: fim de tarde de sábado, praticamente escondido. Sinceramente, um horário melhor deveria ser encontrado.

O potencial dos realities culinários é enorme. Brasileiro gosta de ver, o "MasterChef" está provando isso. Mas o pensamento do SBT é praticamente igual ao da maioria dos diretores de televisão: só dona de casa ou pessoas que "gostam de cozinhar" assistem a esse tipo de programa. Reality é reality. O "MasterChef" só é o supra-sumo de um gênero dele.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, além da coluna “Antenado”, assinada todos os sábados, é responsável pelo “Documento NT” e outras reportagens. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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