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Emissoras passam pelo primeiro turno sem grandes equívocos

Território da TV


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Divulgação

Campanhas eleitorais geram deslizes graves de emissoras, assim como também verdadeiras lendas urbanas. Em 2014, surpreendentemente, as TVs ficaram fora do foco de teorias conspiratórias sobre supostas parcialidades de seus grupos. Ao menos no primeiro turno.

Situação bem diferente de 1989, quando a edição do debate entre Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello exibida no "Jornal Nacional" do dia seguinte ao confronto gerou uma das maiores manchas do jornalismo global.

Desde então, a emissora tem por regra não reprisar momentos dos debates em seus telejornais, o que vem se repetindo nesto ano.

Recentemente, a Globo se viu no centro de polêmicas: em 2006, quando foi acusada de subdimensionar a cobertura do acidente aéreo do voo 1907 da Gol para mostrar denúncias de corrupção, e em 2010 de superdimensionar a atirada de uma bolinha de papel contra o então candidato José Serra.

Em 2014, a emissora passou sem grandes sobressaltos pelo período da primeira fase de disputa. As entrevistas de “Jornal Nacional”, “Jornal da Globo” e “Bom Dia Brasil” mantiveram o padrão de intensidade com todos os ouvidos, assim como não houve distorções de tempo entre os três primeiros colocados nos telejornais de rede. O mesmo pode ser aplicado para Record, que realizou entrevistas no “JR”.

Nas coberturas locais, a situação não foi radicalmente diferente, mas houve pontos de tensão. O evento que chamou mais atenção foi o processo feito pelo candidato Alexandre Padilha para que a Globo São Paulo o destacasse com a mesma periodicidade feita aos também postulantes ao Palácio dos Bandeirantes Geraldo Alckmin e Paulo Skaf mesmo quando ele tinha percentual de nanico nas pesquisas. 

No Maranhão, a entrevista realizada com Flávio Dino, candidato do PCdoB, na TV Mirante, afiliada da Globo que pertence ao clã Sarney, chamou atenção por perguntas de tom despropositado sobre se ele pretende implantar o comunismo no estado.

Outras afiliadas que têm ligações com grupos políticos, como em Alagoas, Bahia e Rio Grande do Norte não tiveram problemas similares.

Enquanto isso, o entrevistado que roubou a atenção nas sabatinas do "RJTV". Anthony Garotinho acusou a Globo de sonegar impostos, sendo prontamente respondido pela apresentadora Mariana Gross.

O deputado do PR ainda citou o apoio do canal aos militares no período da ditadura ao ser questionado sobre mudanças de postura entre seus tempos de governador e candidato.

Outra que ativou sua munição contra a Globo foi Luciana Genro, que reclamou do tempo escasso de TV, mas gastou alguns de seus programas no começo da disputa para criticar a empresa.

Dentre esses quatro casos citados, os mais competitivos são Dino, que lidera as pesquisas no Maranhão, tendo perspectiva de vencer no primeiro turno, e Garotinho, que duela com Marcelo Crivella por uma vaga no segundo turno no Rio de Janeiro.  

Curiosamente, pode acabar sendo mais confortável para Globo receber o sobrinho de Edir Macedo, proprietário da Record. Contradições de tempos eleitorais...

 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

 

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