"Como Será?" mostra que conteúdo educativo também pode ser atraente
Território da TV
Publicado em 11/08/2014 às 09:25
Hoje em dia, quando se fala em programação educativa na TV aberta, o sinônimo é o mesmo de décadas atrás: o "Telecurso". E o conteúdo exibido na atração que abre oficialmente a grade matinal da Globo também.
O próprio "Telecurso" e o fracasso, por exemplo, da TV Brasil, que não sai do traço em audiência, criaram o pensamento coletivo de que a programação dos grandes canais não deve mesmo tomar esse enfoque.
Mas é possível ensinar sem apelar para o didatismo. E é isso que a estreia do “Como Será?” evidenciou neste último sábado (9).
A atração vai ao ar sempre aos sábados entre 6h e 8h, horário que antigamente reunia “Globo Universidade”, “Globo Ecologia”, “Globo Ciência” e “Ação”.
A essência de todos os programas anteriores segue mantida, assim como as equipes. Porém troca-se a limitação de cada um em seu espaço e é criada uma integração maior entre as pautas.
No programa inicial, a explicação da abertura foi sobre o logo escolhido, que é inspirado em um cubo mágico. Segundo a apresentadora Sandra Annenberg, a ideia foi justamente reunir diversas peças.
E o formato está aberto para mais mudanças. Após o programa, Sandra, que mais uma vez mostrou seu talento e potencial para ir além da bancada, conversou com internautas pelo Twitter @comosera e respondeu uma das perguntas do colunista.
Ao ser questionada sobre o modelo da atração, ela respondeu que sempre estará em movimento e dependente da reação do público, porém enfatizou a garantia de espaços fixos para natureza e empreendedorismo, dentre outros.
Além da integração com o público virtual, o melhor uso da própria estrutura da Globo foi destacável. Marisa Orth foi convidada no palco e o correspondente Roberto Kovalick preparou uma reportagem especial sobre alimentação.
Outras boas sacadas foram apresentadas somente em chamada, como a batida pauta sobre escolha da profissão, que agora se tornou uma espécie de reality, em que o estudante experimenta sua opção, a desejada pelos pais e a sugerida por uma orientadora.
Tal como o cubo mágico, que também ganhou matéria nesses quase 120 minutos iniciais, o encaixe das pautas fluiu ao final das contas.
O “Como Será?” se mostra uma grande evolução diante do estilo mais professoral e descuidado do “Globo Cidadania”. Fica a torcida para que o capricho seja mantido com regularidade.
No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.
Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)