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"Tá na Tela" decepciona pelo conteúdo e subutiliza Luiz Bacci

Confira a visão da coluna "Território da TV" sobre a estreia do novo programa da Band


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Reprodução

Em diversas entrevistas que vem concedendo nas últimas semanas, desde que concretizou sua mudança para a Band, Luiz Bacci se refere ao projeto do “Tá na Tela” como um sonho de sua carreira. Se a estreia refletir esse pensamento, o programa soou mais como um pesadelo, pelo menos para o público.

Certamente existem alguns filmes de terror com ritmo de mortes bem menor que o apresentado logo nos minutos iniciais do programa, quando mais parecia uma primeira edição do “Brasil Urgente”.

A audiência jovem entregue pelo “Sabe ou Não Sabe”, que hoje teve parte ao vivo, foi ignorada. Falta de estratégia ou nervosismo? A ansiedade ficou evidente quanto André Vasco perguntou o nome de Bacci e o apresentador respondeu o nome da atração.

De explosivo, o “TNT”, como foi apelidado por Vasco, só prometeu. As principais pautas foram furadas ou mal exploradas.

O paradeiro da inspiradora de Hilda Furacão já foi explorado recentemente pelo jornal Estado de Minas e ontem pelo “Fantástico”, como chegou a ser citado no ar, numa insinuação de que a pauta foi copiada a partir da chamada do “Tá na Tela”.

O acompanhamento das cirurgias espirituais de João de Deus também não trouxe nenhuma novidade. Somente “imagens fortes” repetidas sem nenhum critério no meio da tarde, como Bacci fez questão de frisar.

E a pauta com o suspeito de assassinar MC Daleste foi exibida em partes, ficando para o dia seguinte, numa estratégia já bem conhecida de programas similares, como o “A Tarde é Sua”, que é muito mais leve e agradável, diga-se.
 
Outra característica comum entre o “TNT” e outras atrações vespertinas foi a realização de merchandisings de produtos como implantes dentários, feitos pelo próprio apresentador.

Por enquanto, o faturamento ficou nisso. Não foram apresentados possíveis patrocinadores e tampouco a estreia contou com um intervalo comercial. Foram 90 minutos seguidos com muita gritaria e mais sangue ainda.

Mas é óbvio que há potencial para mais. Prova disso é um olhar mais atento na equipe. Além do talento já sabido do próprio Luiz Bacci, que ficou muito aquém do seu potencial graças aos exageros de entonação, nomes como Silvana Kieling podem trazer pautas mais interessantes do que a simples repercussão de crimes ocorridos.

Um dos melhores momentos da estreia foi quando a própria Silvana entrou ao vivo e tocou a trilha de notícias urgentes do “Domingo Legal”, programa do qual ela foi repórter na década de 1990.

A expectativa é de que os ajustes naturais façam com que um programa promissor não se perca virando um “Balanço Geral” com auditório. Só assim que a plateia de 60 pessoas poderá se juntar com um público maior também fora dos estúdios da Band, já que esse começo, mesmo com toda a divulgação feita em torno, não passou dos 3 pontos.

 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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