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Antenado: "SuperStar" tem erros, mas culpa não é só da direção do reality


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Divulgação/TV Globo

A situação do programa “SuperStar”, apresentado por Fernanda Lima e André Marques na Globo, não está boa. Prometendo ser o novo fenômeno televisivo, o reality só colecionou decepções, seja por seu aplicativo que demorou a funcionar, oseja pela direção fraca – e olha que o programa é de Boninho, especialista em realities. Mas, o que de fato acontece para a atração não emplacar?

Acho que essa pergunta tem várias respostas, que vou tentar explicar da forma mais breve e objetiva possível. Primeiro, como já disse, a direção. Não percebo uma ligação boa entre diretores e apresentadores. Problemas técnicos são frequentes, o que prova que, apesar de tentar, a Globo ainda tem alguns defeitos no ao vivo.

Segundo: o horário. Me perdoe, direção da platinada, mas a grande maioria do público de domingo não é muito ligado em tecnologia pra baixar um aplicativo e votar, ele quer ver algo simples, mas divertido. Tanto que as pegadinhas de Silvio Santos são campeãs de audiência há tempos. Fora que, convenhamos, o “Fantástico” não ajuda também. A má fase da revista eletrônica respinga no programa, e ambos viram insucessos e atuais grandes problemas da Globo.

Terceiro: jurados. Ivete Sangalo, Dinho Ouro Preto e Fábio Júnior dispensam apresentações como músicos, mas como jurados, não rola. Falta senso crítico para distinguir o que é bom e ruim. Ivete parece a Cyz Zamorano, ex-jurada do SBT: dá sim pra tudo. Dinho é muito parcial para o rock, e já desqualificou vários outros ritmos, unicamente pelo gosto pessoal. Se você é jurado de um programa musical, você tem que ter a cabeça aberta para a música em geral, o que vejo que Dinho não tem. Já Fábio Júnior, não há o que dizer, porque ele mal abre a boca. E quando abre, é pra reclamar algo que, de fato, ele tem razão: está faltando música autoral nessas competições. Cantar é bom, mas e compôr, cadê?

“Ué, mas o programa não tem nada bom?”, pensa o nobre leitor. Sim, tem algumas coisas boas. Fernanda Lima é uma delas.

Fernanda Paes Leme também é uma grata surpresa, apesar de sua função ser dispensável. André Marques também está seguro e mostra que, se ele era ruim no “Vídeo Show”, a culpa era daquele texto tosco que davam pra ele e pra Ana Furtado. E o aplicativo também é algo bom. Demorou pra funcionar? Demorou. O público entendeu? Não, mas é um diferencial e uma boa novidade, que quando funcionou, agradou.

Não sei se desistiria agora do “SuperStar”. A Globo não vai bem na faixa faz tempo, já colocaram de tudo ali, e nada dá certo. Eu tentaria testar em outra parte da programação. Mas pelo que se vê até aqui, o programa tem errado em tudo. E isso é mais erro da Rede Globo, que escalou quem escalou, do que propriamente da direção do programa. É necessário dividir a culpa e ver o que houve. O reality tinha muito potencial, como ainda tem. Mas enfim, vejamos o que será do “SuperStar” no futuro.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer
 

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