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Enfoque NT: O "Domingo" já foi mais "Legal"


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Divulgação/SBT

Desde 2009, quando Celso Portiolli assumiu o "Domingo Legal", grande parte do público (inclusive eu), pensou que o programa ganharia outra cara: menos assistencialista e com um maior número de musicais e games, um pouco mais alegre, como era nos seus primórdios, na década de 1990, e condizente com seu novo comandante do riso fácil, visto as atrações que já comandara no SBT.

Os últimos anos do "Domingo Legal" com o Gugu era uma choradeira sem fim. Um assistencialismo exacerbado. Mas nitidamente, você via a produção se esforçando e entregando um produto, bem ou mal, assistível e competitivo, para fazer frente à outros produtos no Ibope.

O que ocorre hoje chega a ser patético. E triste, pela história gloriosa do "Domingo Legal" durante todos esses 21 anos. Quando Portiolli assumiu, há quase cinco anos, a promessa era de que o programa se ajeitaria nos seus moldes e teria sua cara. Mas, essa tal cara é esse remendo que vemos? Uma enorme colcha de retalhos que ultrapassou os limites do suportável com um "Passa ou Repassa" de horas e participantes sempre repetidos, verdadeiros "arroz de festa", uma prova saturada como o "Afunda ou Boia", que de um tanque passou para uma piscina (investimento risível) e quadros surrados, que não atraem mais a atenção do telespectador.

O reflexo disso são derrotas consecutivas para o "Domingo Show", da Record, que apesar de não ser toda essa Coca-Cola toda, já que é um programa que usa e abusa da paciência do pobre telespectador, ao menos entrega um produto mais bem acabado, e ali você vê que quem produz, tem mais gana de fazer o seu melhor.

O "Domingo Legal" se acomodou e parou no tempo. Uma gincana de 40 minutos como o "Passa ou Repassa" que teve sua volta consumada há um ano, o que é muito bom levando em consideração sua história de sucesso na casa, agora obteve ampliação, feito ao vivo e com "artistas". Ficou cansativo, arrastado e chato. Toda semana é a mesma coisa. Com quatro horas de duração, assistir o programa é uma verdadeira tortura.

Celso Portiolli é um cara extremamente talentoso, o considero o melhor depois de Silvio Santos, mas tem um programa discrepante com relação ao que pode oferecer. Não é uma tarefa fácil apresentar um game-show, e isso Portiolli faz com uma maestria equiparado apenas à Silvio. Tem o tom certo, sempre teve, desde quando estreou.

É claro, o "Domingo Legal" não é 100% ruim. Tem seus lapsos e momentos em que as coisas melhoram, mas por tudo aquilo que a marca construiu e representa, é muito pouco.

Agora, o SBT já autorizou investimentos no dominical para tentar evitar que a Record abra grande diferença no horário. Mas, não adianta nada pegar esse dinheiro e fazer "afunda ou boia" no Oceano Pacífico. Investimento é importante, mas se não for acompanhado de criatividade, se torna nulo e ineficaz.


Contatos do colunista: thiagoforato@natelinha.com.br - Twitter: @Forato_

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