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Roda o VT: Novo padrão global recebe críticas


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Divulgação

Nesta semana, o ex-diretor superintendente do SBT, Luciano Callegari, criticou nas redes sociais as alterações promovidas pela Rede Globo em sua programação, especialmente em relação ao novo formato do "Video Show", transformado em programa de auditório, e as novas vinhetas e aberturas, que fogem do habitual padrão da emissora.

Semanas atrás, esta coluna abordou o tema das inovações globais. Realmente, elas causam uma ruptura com todo o caminho trilhado pelo visual da Globo desde que Hans Donner assumiu a condução do departamento de criação visual.

Luciano Callegari apontou bem para o risco que se corre com a modificação ou mudança de um estilo com o qual o público está habituado e já possui, até mesmo, uma certa ligação afetiva. Perde-se, além de tudo, identidade.

Muitas emissoras procuram por muito tempo encontrar uma imagem própria, facilmente reconhecível. E a Globo, com esta imagem consagrada, abre mão dela em busca de renovação. É uma ousadia apenas possível por se tratar da líder, claro. A principal televisão do país pode se dar a esse luxo.

E vale a pena a Globo correr esse risco? Sim.

A relação dos telespectadores com a televisão tem sofrido mudanças gradativas. As vinhetas e chamadas eram fundamentais para identificar a emissora e situar as pessoas em casa sobre qual canal estavam assistindo, quais eram os programas que viriam a seguir e as próximas atrações. O SBT ia além e exibia, entre os programas, um calendário indicando o dia do mês e da semana, para os mais desavisados.

Essa função básica tornou-se essencial nos tempos em que o controle remoto se tornou tão indispensável para assistir televisão quanto o fogão em uma cozinha. Os telespectadores, zapeando, poderiam identificar rapidamente os canais e fatalmente assistiram as chamadas da programação.

Hoje, boa parte do público possui TV por assinatura. Os receptores de sinal possuem seus próprios guias eletrônicos e exibem, na tela, as informações sobre os programas, inclusive as sinopses dos filmes e das novelas.

Além disso, cresce o número de pessoas que assiste televisão pela internet, ao vivo ou pelo sistema "on demand". Este público diferenciado não faz zapping. Ao contrário, se dirige diretamente ao conteúdo que lhe interessa ver.

Nesse novo cenário, chamadas, vinhetas e comerciais institucionais das emissoras precisam se reinventar. E a tal padronização começa a deixar de ser seguida.

Além disso tudo, temos a necessidade de atualização do projeto criado por Hans Donner, que estava se mostrando um pouco cansado e obsoleto, como foi abordado anteriormente nesta coluna.

Se esta é mesmo a tendência, e se as reações forem favoráveis, a Globo deverá seguir em frente o projeto de renovação de todo o seu "pacote gráfico". A opinião de Luciano Callegari não é a única contrária a tais mudanças, o que mostra que não será uma tarefa fácil.


Hamilton Kenji é titular dos blogs obaudosilvio.blogspot.com, letrasdotrem.blogspot.com e transcendentes.blogspot.com

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