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NT Internacional: Entenda como funciona a premiação dos Emmys

Principal premiação da TV tem várias divisões além do evento do último domingo


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Brasil já ganhou prêmios Emmy, mas em cerimônia diferenciada para TVs internacionais

Aconteceu no último domingo (22) nos EUA a principal premiação anual da televisão. Os Emmy Awards (cuja relação de premiados pode ser vista aqui), no entanto, têm umas especificidades que o tornam distinto das demais premiações do gênero e que, volta e meia, cabem ser explicadas para não gerar confusões.

Há alguns anos tornou-se frequente, por exemplo, ouvir notícias de programas brasileiros (como novelas, séries e coberturas de telejornais) sendo indicados ou até mesmo premiados com a cobiçada estatueta. Estes casos não participam da cerimônia principal, ocorrida neste fim de semana e que premiaram, entre outros, as séries "Breaking Bad" e "Modern Family" e o telefilme "Behind the Candelabra". O Emmy tem várias subdivisões - com premiações acontecendo em diversas partes do ano.

O Emmy mais importante e tradicional, o Primetime Emmy Awards, foi o que acompanhamos no último fim-de-semana. Ele premia, em geral, as produções veiculadas no horário nobre da TV norte-americana, com destaque principal aos seriados, minisséries/telefilmes (premiados na mesma categoria), talk shows e reality shows. Além das categorias tradicionais (melhores programas, diretores, apresentadores e atores), profissionais de trás das câmeras também são premiados - estes em uma cerimônia à parte, geralmente realizada dias antes, o Creative Arts Emmys.

Demais programas da grade das redes de TV, exibidos em outras faixas de programação (como soap operas, game shows, revistas eletrônicas, atrações para syndication, programas infantis e desenhos animados) são premiados no Daytime Emmy Awards, cuja cerimônia acontece geralmente em meados do primeiro semestre. Tal como o "Primetime", também existe um Creative Arts Emmys específico para premiar profissionais dos bastidores desta subdivisão.

Também existem premiações específicas, com cerimônias próprias, para programação esportiva (Sports Emmys), jornalismo (News and Documentary Emmys), tecnologia (Technology and Engineering Emmys), programação regional (Regional Emmys) e até mesmo produção audiovisual escolar e universitária.

A subdivisão a qual a programação brasileira, volta e meia, é lembrada e prestigiada é o International Emmys, cuja premiação geralmente ocorre no final do ano. Com categorias específicas para o público internacional (englobando, entre outros, teledramaturgia, programação infantil, minisséries/telefilmes, jornalismo, documentário), a premiação é específica para a produção de fora dos Estados Unidos.

Desde 1982, programas brasileiros já receberam 63 indicações ao International Emmys, sendo a maioria de atrações da Rede Globo. Entre estes, dez indicações viraram prêmios (os casos mais recentes são os da novela "O Astro" e da série "A Mulher Invisível" em 2012). Entre atrações sem o envolvimento da emissora carioca, a programação infantil da TV Cultura já recebeu três prêmios especiais, patrocinados pela Unicef, durante a década de 1990 e o documentário "Ônibus 174", do diretor José Padilha ("Tropa de Elite") foi premiado como Melhor Documentário em 2005.

Curiosidade

Em termos de exibição na televisão americana, outra característica marcante dos Emmys é o fato da cerimônia sempre ser veiculada em um canal diferente por ano, em uma espécie de rodízio entre as emissoras principais (CBS, ABC, NBC e FOX).

Isso geralmente também influi na escolha do apresentador da cerimônia, que, salvo algumas exceções, costuma ser de alguma atração em evidência do canal que irá a veicular. Neil Patrick Harris (que foi o mestre de cerimônias deste ano e em 2009), por exemplo, é o astro da série "How I Met Your Mother", uma das comédias de sucesso da CBS - que exibiu a cerimônia nas duas ocasiões.
 


O ator Neil Patrick Harris


Audiência

O evento costuma atingir bons índices. A edição de 2013, segundo dados da Nielsen, alcançou 17,6 milhões de espectadores e rating de 4.9, a melhor audiência desde 2005 (edição também veiculada pela CBS, e apresentada na ocasião por Ellen DeGeneres). O índice ainda se fortalece ao levar em conta que enfrentou um jogo da NFL, campeonato de futebol americano, exibido pela NBC - que abocanhou audiência 12% superior.

Início de temporada

Após alguns poucos retornos durante a primeira metade do mês, começa nesta semana de forma oficial a fall season na TV aberta norte-americana, com o retorno de séries renovadas para temporadas inéditas e novos títulos buscando público.

Entre as novidades, que podem se tornar as novas queridinhas dos telespectadores ou serem limadas da programação, começam esta semana "Hostages", "Mom", "The Crazy Ones", "The Millers" (CBS), "The Blacklist", "The Michael J. Fox Show" (NBC), "Agents of SHIELD", "Lucky 7", "The Goldbergs", "Trophy Wife", "Back in the Game" e "Betrayal" (ABC).

Também já estão no ar desde a semana passada as primeiras estreias da Fox: "Sleepy Hollow", "Brooklyn Nine-Nine" e "Dads". A temporada do The CW se inicia apenas em outubro.

Direto pra ação

Quando "Super Fun Night", comédia da ABC, no entanto, estrear semana que vem, algumas pessoas devem estranhar a falta de apresentação dos personagens e da história (protagonizada pela gordinha Rebel Wilson). Isso se deve a uma decisão incomum do canal de iniciar a exibição da série pelo segundo episódio, entitulado "Anything for Love".
 


Rebel Wilson em cena de "Super Fun Night"


O episódio-piloto, que já estava sendo usado nas peças de divulgação, será adiado para ir ao ar em outra data, ainda não divulgada. É uma decisão curiosa, já que uma série de TV só costuma ter sua produção iniciada após a aprovação do primeiro episódio. Caso não esteja satisfatório, ajustes podem ser feitos, incluindo até refilmagens e trocas de personagens. Não são raros os casos em que até o episódio inteiro é refeito, com mudanças profundas de elenco e de texto.

Já houveram casos similares ao de "Super Fun Night" de começar a exibição ignorando o piloto, mas raramente as séries afetadas deram certo. Entre títulos recentes conhecidos, se destacam "Dollhouse" e "Firefly".

Em tempo

- Foi quase universalmente negativado pelo público o series finale de "Dexter", exibido no último domingo (22) pelo canal pago Showtime. Mesmo assim, o final da saga do serial killer interpretado por Michael C. Hall alcançou bons números: 2,8 milhões de espectadores, índice superior à estreia da oitava temporada (2,5 milhões) e ao finale da sétima (2,7 milhões).

- O índice, no entanto, empalidece diante do penúltimo episódio de "Breaking Bad", exibido uma hora depois pela concorrente AMC. "Granite State" teve 6,6 milhões de espectadores, sendo 4,3 milhões entre 18 e 49 anos. Ambas as atrações enfrentaram os Emmys.


Pesquisador e produtor de projetos para televisão e cinema, Fábio Mendes traz para o NaTelinha as novidades e destaques das programações televisivas pelo mundo. Fale com ele pelo twitter: @fabio_menDS

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