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NT Internacional: "Shark Week" tem audiência recorde no Discovery dos EUA

E mais: "Mágico de Oz", Hillary Clinton e disputas políticas na TV americana


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Reprodução

Vários canais anunciam projetos similares entre si e criam polêmica entre telespectadores e até na política

Tubarões continuam em alta na TV paga norte-americana. A "Shark Week", tradicional semana temática de documentários do Discovery Channel, trouxe este ano a maior audiência da história do canal, em 26 anos de existência. O pico foi no domingo, dia 4, com a exibição do telefilme "Megalodon: The Monster Shark Lives" - um documentário falso de duas horas sobre um tubarão gigante pré-histórico.

"Megalodon" obteve cerca de 5 milhões de espectadores, um acréscimo de 141% nas amostras de público entre 25 e 54 anos em relação ao mesmo período do ano passado. A atração seguinte, "Shark After Dark", um talk-show, manteve cerca de 2 milhões de espectadores.

A "Semana do Tubarão" ainda foi bastante comentada nas redes sociais do país, embora nem toda a repercussão tenha sido positiva. O fato do Discovery ter dado espaço a um documentário falso, uma obra de ficção - o que diverge, em teoria, com a proposta do canal - foi bastante criticado em plataformas como a página do canal no Facebook.

O buzz dos comentários negativos sobre a exibição do "mockumentary" foi tamanha que o site Deadline, em contato com o produtor executivo da "Shark Week", Michael Sorensen, conseguiu o que se pode chamar de uma 'posição' do Discovery: "Com uma semana inteira de 'Shark Week' pela frente, quisemos explorar as possibilidades de Megalodon. É uma das mais debatidas discussões sobre tubarões de todos os tempos, poderia o Megalodon existir hoje? É pura fantasia. Com as histórias que estão por aí há anos e mais de 95% do oceano inexplorado, quem sabe?".

Independente da polêmica, já se pode ter uma conclusão: americanos realmente estão curtindo a temática. E filmes trash.

Todos atrás de Hillary

A vida de Hillary Clinton também está no alvo da televisão americana. O canal NBC, como já anunciado pelo NaTelinha, produzirá uma minissérie de quatro horas sobre a ex-secretária de estado dos EUA. "Hillary" já tem o nome da atriz Diane Lane atrelado para o papel-título, e o canal está em negociações com o ramo de televisão da Fox para a co-produção do projeto.

Ao mesmo tempo, a CNN também anunciou a produção de um documentário sobre a hostória da política e ex-primeira dama, comandado pelo diretor Charles Ferguson (do filme vencedor do Oscar "Inside Job"). E um outro longa sobre o assunto, "Rodham", este para cinema, já havia sido anunciado em abril.

Toda essa atenção súbita tem uma justificativa: Hillary é a potencial candidata do Partido Democrata à sucessão de Barack Obama na presidência dos EUA nas próximas eleições, em 2016. Mas os principais oponentes políticos de Hillary Clinton já demonstraram não estarem nada satisfeitos com tal mobilização, que pode ser lida como propaganda para popularizar a candidata.

Segundo informações da BBC, em cartas enviadas à NBC e CNN, Rince Priebus, do Comitê Nacional Republicano (RNC), expressou não apenas repúdio aos projetos como também ameaçou boicote do partido aos tais canais apoiadores - o que poderia afetar desde os debates das primárias, a ser veiculados pela NBC, até as coberturas das eleições presidenciais pelos canais CNN e Fox News.

Tal assunto, claro, é parte da disputa política norte-americana, na qual cada veículo de mídia assume sua posição publicamente. A CNN já se manifestou sobre a questão na sua própria programação, com direito a um 'debate' com Priebus ao vivo durante um de seus jornalísticos.



Em resposta, a CNN anunciou que o RNC estaria tomando "decisões precipitadas" a partir do anúncio do seu documentário. A NBC anunciou que a divisão de entretenimento, responsável pela minissérie, é independente do jornalismo da empresa. E Priebus retificou-se ao dizer que a sua ameaça se limitaria aos canais que veiculassem o filme e a minissérie. Ou seja, ela não se estenderia a Diane Lane, e principalmente não afetaria a Fox News - canal de notícias já historicamente posicionado do lado republicano.

Sapatos de Rubi

"O Mágico de Oz", obra de L. Frank Baum que gerou o famoso filme de 1939 com Judy Garland, também está no centro das atenções da TV americana.

Não bastasse duas adaptações para o cinema em pouco tempo ("Oz: Mágico e Poderoso", lançada em março deste ano, e a animação "Legends of Oz: Dorothy's Return") e o canal Syfy ter anunciado há pouco mais de três semanas a sua segunda minissérie que transforma a história em uma trama de ação num mundo pós-apocalíptico, "Warriors of Oz" (a primeira, "Tin Man", de 2007, pode ser encontrada no Brasil em DVD), agora é a vez do canal aberto CBS anunciar sua versão.



"O Mágico de Oz" pode virar série médica nos EUA


"Dorothy", dos produtores de Elementary Carl Beverly e Susan Timberman e Emily Fox, de "Ghost Whisperer", está em desenvolvimento pela emissora - e a 'novidade' desta versão é, no mínimo, estranha: transpor a história na forma de um drama médico, passado na Nova York dos dias atuais. Algo como um "Grey's Anatomy"... e vindo de um canal famoso por usar e abusar de fórmulas de gênero nas suas atrações. A própria "Elementary", que transforma Sherlock Holmes em uma série policial procedural tradicional, também passada em Nova York, é um exemplo.

Se "Dorothy" sairá do piloto - e se essa mistura funcionará -, só o tempo vai dizer.

Em tempo

Em acréscimo ao divulgado na coluna há duas semanas, o último "Tonight Show" de Jay Leno na NBC será veiculado em 6 de fevereiro, semana anterior ao início das Olimpíadas de Inverno.

Também foi divulgado pelo canal SyFy o título da continuação do hit "Sharknado", outro que parece estar lançando tendência na TV americana: será "Sharknado 2: The Second One". Direto ao assunto.

 

Pesquisador e produtor de projetos para televisão e cinema, Fábio Mendes traz para o NaTelinha as novidades e destaques das programações televisivas pelo mundo. Fale com ele pelo twitter: @fabio_menDS
 

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