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O Observador: "Balanço Geral" resgata o que nossa TV tem de pior a oferecer

Versão paulistana do jornalístico é o tema da coluna de Breno Cunha


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Divulgação/TV Record
Com alguns artifícios para conseguir fácil atenção do público e consequente sucesso nos números do Ibope, sem precisar necessariamente assumir um compromisso de levar material de qualidade ao ar, alguns programas travestidos de “jornalísticos” vem resgatando o que a nossa TV pode oferecer de pior. E não é à toa que chegamos a essa unânime conclusão.
 
Diferentemente do que costumo fazer naturalmente, pois sou um consumidor de televisão exigente ao extremo, como todos deveriam ser, estive assistindo por esses dias ao programa “Balanço Geral” de São Paulo, apresentado por Geraldo Luís. É impressionante e clara a falta de visão da Record em deixar algo desse tipo ir ao ar, todos os dias.
 
Primeiro por ter assumido em público o desejo de chegar à liderança de audiência no país. Quando se quer chegar ao melhor, costuma-se se espelhar no melhor, e não precisa ser vidente para saber que a TV Globo jamais deixaria algo parecido com o “Balanço Geral” estar em sua grade.
 
Segundo por causa de uma coisa que qualquer estudante que pretende fazer jornalismo sabe muito bem: o jornalista precisa passar uma imagem de respeito ao público, para ter credibilidade e confiança. Um apresentador que fica de cueca no estúdio, se pinta de "Avatar" ou faz outros absurdos jamais poderá dar uma notícia de forma séria.
 
A considerável audiência do “Balanço” em São Paulo indica que há um público que pede esse tipo de programa e isso tem que ser respeitado. O estranho é a Record se propor a veiculá-lo, porque vai de contra ao que é propagado pela mesma emissora com tanta veemência.
 
Em outras praças, o mesmo “Balanço Geral” não é feito desse modo. Aliás, alguns outros programas desse tipo, denominado por alguns como “sensacionalista”, como o “Brasil Urgente”, por exemplo, não segue essa linha “ridícula” do concorrente, pelo contrário. A atração comandada por Datena é a prova de que é possível fazer algo desse tipo respeitando a profissão e, sobretudo, o telespectador.
 
O “Balanço Geral” e alguns de seus irmãos são a prova de que a Record se enganou. Ela jamais trilhou o tal caminho da liderança. Nem sequer chegou perto disso. 
 
 
Breno Cunha escreve sobre mídia e televisão há quatro anos e sempre foi conhecido por grandes discussões provocadas por suas críticas. No NaTelinha não é diferente. Converse com ele: brenocunha@natelinha.com.br / Twitter @cunhabreno
 
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