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Direto da Telinha: Os autores interativos e um diretor perseverante
Por Redação NT
Publicado em 18/09/2012 às 20:44
Com uma dramaturgia alvo de investimentos pesados desde 2004, não chega a ser novidade para ninguém que as novelas da Record passam por seu pior momento nos últimos oito anos.
A emissora, que possui dois horários de novela, tem dificuldades para somar 10 pontos com as produções sendo que 10 para apenas uma delas já seria um número considerado aquém levando em conta os investimentos feitos em atores, autores, produção, técnica, estúdios e tudo mais.
Entretanto, em meio a todo este caos que derrubou até mesmo a alta cúpula do RecNov, tem-se bons exemplos de perseverança, respeito aos profissionais e principalmente ao público - que mesmo bastante limitado -, ainda acompanha às novelas da casa.
Deste caso acima, podemos destacar dois autores "interativos" da Record e um diretor, que mesmo em meio às mais baixas audiências já registradas, não têm deixado que o desânimo pairasse sobre os trabalhos e que têm buscado ao máximo a atenção do público.
Em "Rebelde", temos Emílio Boechat. O autor está há pouco mais de um mês à frente do texto do folhetim, o qual era de responsabilidade de Margareth Boury. Emílio foi promovido e em poucas semanas já passou sua cara à novela. Várias mudanças foram feitas. Núcleos foram agilizados, histórias criadas, novos dramas e agilidade em um produto que vinha andando em círculos desde sua estreia, em março de 2011.
Mesmo com todo este trabalho, o autor ainda encontra tempo para interagir com os fãs por meio de seu Twitter. É o único autor principal de novela em cartaz que conversa com seu público, comemora até mesmo leves oscilações positivas e parabeniza a equipe. É um exemplo a ser seguido, ainda que muitos discordem desta aproximação com o telespectador.
Já em "Máscaras", de Lauro César Muniz, a situação se repete de forma dobrada. Mário Viana, que é um dos três colaboradores do autor e de seu parceiro Renato Modesto, é outro que se comunica com o telespectador por meio de seu Twitter. Mário acompanha diariamente e religiosamente o que os fãs falam a partir da hashtag #Máscaras, responde a perguntas, questionamentos e comenta o folhetim mesmo sem ser questionado, como um telespectador normal faria.
O terceiro e último exemplo é o de Edgard Miranda, diretor-geral de "Máscaras". Ele e sua equipe, formada por Vicente Barcellos, Rudi Lagemann e Régis Faria, assumiram a trama após a destituição de Ignácio Coqueiro e tinham a missão de elevar o Ibope. Mesmo com três meses de nova gestão, os índices não subiram mas o trabalho entregue é de muito mais qualidade que o anterior.
Mesmo com um produto com dificuldades imensas de reagir, devido ao avanço da história e da rejeição do telespectador, Edgard e sua equipe inseriram uma nova fotografia com efeitos de cinema (em 24fps), apostaram em cenas de ação, efeitos especiais e na agilidade da história. Até mesmo o núcleo de humor, que tinha pouquíssimo espaço, foi reforçado e está representado até no eixo principal, da temida organização da qual Martim Salles (Heitor Martinez) e Otávio Benaro (Fernando Pavão) disputam o comando.
A partir destes exemplos, nota-se um amadurecimento da Record com seus produtos em tempos difíceis. Apesar de novelas serem caras e de terem que dar retorno, há casos em que, esgotadas as possibilidades, não há mais nada a ser feito a não ser aguardar o lançamento do folhetim seguinte. Esta nova etapa mostra que há união nos bons e nos maus momentos, afinal, comemorar sucessos é algo que todos desejam fazer. Entretanto, nos fracassos, muitos jogam a toalha e desistem.
O que você pensa sobre a aproximação de gente da TV com telespectadores pelo Twitter? Envie um e-mail para diretodatelinha@natelinha.com.br e converse com o colunista.
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