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Direto da Telinha: "Avenida Brasil" apela para o comum e sem criatividade


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Divulgação/TV Globo
Com pouco menos de três meses no ar, "Avenida Brasil" coleciona recordes de audiência mas não vem apresentando o que de melhor poderia ser apresentado em uma novela das 21h, a faixa de maior visibilidade da TV brasileira.
 
Apesar de ter um texto extremamente dinâmico, que vai ao encontro das exigências do telespectador atual, a novela de João Emanuel Carneiro peca em uma série de pontos. Embora não chegue a decepcionar, "Avenida Brasil" conta com histórias clichês, pouco profundas e com diversas cenas de mau gosto.
 
O eixo principal é centrado na história de Carminha (Adriana Esteves) e Rita/Nina (Débora Falabella). O velho clichê da vingança após muitos e muitos anos está longe de ser algo inovador e criativo. Diversas novelas utilizaram este esqueleto tanto como história principal como paralela. A própria literatura tem histórias deste gênero. 
 
Vários pontos da novela são difíceis de serem levados à realidade, mesmo que estejamos falando de um folhetim, onde tudo é possível. A relação de Max (Marcello Novaes) e Carminha, por exemplo, ocorre desde antes de a megera conhecer Tufão (Murilo Benício). Durante os quase dez anos que passaram a dividir a mansão, nunca nenhum dos familiares e dos diversos empregados desconfiou de nada? 
 
Saindo do núcleo principal e partindo para outros também vemos histórias pouco profundas. A de Cadinho (Alexandre Borges) e suas duas mulheres é mais um deles. Há meses ele vive nessa trama que já foi engraçada e que hoje saturou. O vai e não vai, as mudanças de casa, as desculpas esfarrapadas... A mesma história de novo.
 
Por fim, indo à periferia, a história continua superficial e até mesmo preconceituosa. As histórias de Suellen (Isis Valverde), que aparentemente passa o dia em busca de sexo e armações, somada as diversas outras insinuações de sexo fazem com que se pense que naquele bairro quase ninguém trabalhe de verdade. Sobram cenas vulgares e faltam histórias de verdade.
 
Já no campo do mau gosto, novamente voltamos à mansão e vemos Rita/Nina vomitar a cada vez que Carminha dispara suas hipocrisias. São cenas totalmente desnecessárias e que em nada agregam à história ou ao telespectador. Totalmente descartáveis. O mau gosto continua nos diálogos da vilã, que ultrapassa o aceitável para uma vilã sem cultura e parte para o grotesco. 
 
"Avenida Brasil", embora bem dirigida e com uma boa condução, está longe de ser o melhor trabalho de João Emanuel Carneiro. A novela também passa longe de ser a melhor da faixa das 21h dos últimos anos. Pode-se dizer a seu favor é que houve uma melhora em relação à antecessora "Fina Estampa", cuja história a partir de um determinado ponto se perdeu totalmente. "Insensato Coração", de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, mesmo com suas falhas iniciais, continua como uma das melhores produções dos últimos anos.
 
 
 
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