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Direto da Telinha: Band não aprende com erros do passado


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Divulgação/Band
Que a nova gestão artística da Band vem apresentando um bom trabalho é inquestionável. Diego Guebel, que responde pelo conteúdo da emissora, tem grandes poderes, responsabilidades e já colhe bons resultados de medidas acertadas.
 
Ainda assim, mesmo em meio a vários acertos, a Band volta a errar. E o erro é o mesmo que já foi cometido anos atrás, o que é um agravante para a situação. A forma de como a emissora lida com o "Quem Fica em Pé?", de José Luiz Datena, é o maior exemplo disso.
 
O "Quem Fica em Pé?" ainda não tem dois meses de duração. O formato, similar ao "Roleta Russa", de Milton Neves em sua temporada na Record no início dos anos 2000, é forte e vem rendendo boa audiência na complicada faixa em que foi escalado: a das 21h30. Já se percebe uma falha por aí, afinal Datena, o maior nome da Band, escalado para apresentar um programa que bate de frente com o produto de maior audiência do país, no caso a novela das nove, já é uma incoerência.
 
Apesar de tudo, o "Quem Fica em Pé?" sobreviveu à novela da Globo, sobrevive bem à reprise de "Vidas Opostas" na Record e ao "Programa do Ratinho" no SBT. Não são raras as vezes que o game chega ao terceiro ou até mesmo ao segundo lugar. E aí mora o perigo. Animada com os bons índices em um horário tão difícil, a Band acrescentou mais uma edição às quatro existentes: aos sábados. E agora acrescentou uma aos domingos - porém retirando a dos sábados. São cinco edições semanais de um game-show.
 
O "Quem Fica em Pé?" é um programa de formato fechado. Não é necessário dirigir uma TV para saber disso. O desgaste é iminente e chegará cada vez mais cedo à medida que novas edições são acrescentadas. E quando os baixos números começarem a aparecer nada poderá ser feito. Não se muda um game-show. O destino será a extinção.
 
Apenas o fato de exibição diária de um game-show já é perigoso, afinal sabe-se do prazo de validade. A verdade é tanta que não há nenhum programa desse gênero no ar atualmente e que seja exibido todos os dias.
 
O erro da Band é reincidente. Quem não se lembra de "Uma Escolinha Muito Louca", em 2009? O gênero das "escolinhas", iniciado por Chico Anysio, estava descansando há bastante tempo quando a emissora do Morumbi decidiu apostar nele novamente. E os resultados foram bons. E mais e mais edições foram acrescentadas. O formato se tornou um tapa buraco da Band e em poucas semanas começou a perder o fôlego até sair do ar em definitivo.
 
É necessário que a Band, assim como qualquer outra emissora, tomem cuidado com os seus sucessos e o tratamento dispensado a eles. É necessário saber reconhecer o potencial, o limite de cada atração e a forma de como ela deve ser exibida. Esse cuidado evita desgastes de todos os lados. Evita o desgaste da emissora, do produto, dos profissionais envolvidos e, sobretudo, do telespectador.
 

 
Você também acha que o "Quem Fica em Pé?" pode desgastar rapidamente? Envie um e-mail para diretodatelinha@natelinha.com.br e converse com o colunista.

 

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