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"Bicho do Mato" manteve Record em patamar confortável


Chega ao fim na noite desta terça-feira, 20, a novela "Bicho do Mato", baseada no original de Chico de Assis, exibida em 1972 pela Rede Globo, batendo recordes de audiência naquela época. O remake ajudou a manter a Rede Record em alta após o fenômeno de "Prova de Amor", no ano passado. E mais que isso: conseguiu ter conteúdo mais interessante que a trama anterior, que se manteve em lenga-lenga infindável do segundo mês de exibição até o término.

É bem verdade que "Prova" contou com a colaboração da própria Globo, que naquele momento exibia a problemática "Bang Bang", um verdadeiro tiro nos próprios pés. Com o fiasco do folhetim da líder, a Record aproveitou para abocanhar a fatia descontente de telespectadores no horário, e deu muito certo, tanto, que bateram o "Jornal Nacional". Entretanto, os feitos de "Bicho do Mato" são bem mais consideráveis.

Estreou tendo que enfrentar o sucesso de "Cobras e Lagartos", e não fez feio. A trama de Cristianne Fridman e Bosco Brasil não encontrou território enfraquecido para a batalha, como o autor anterior. Ainda assim, batendo de frente com uma novela que chegou a casa dos 50 pontos, a Record conseguiu se estabilizar nos 12, inclusive enfrentando o horário eleitoral.

Não chegou a bater o "Jornal Nacional", nem ameaçar a liderança da Globo, porém, atrapalhou a estréia da menina dos olhos do canal, a novela das oito. Com o final de "Páginas da Vida", a emissora dos bispos, usando de estratégia inteligente - diferente de algumas concorrentes -, jogou "Bicho" para às 21h, surpreendendo inclusive a Globo, que já estava pronta para soltar fogos de artifício imaginando a grande audiência que daria a estréia da novata "Paraíso Tropical". Puro engano.

A trama de Gilberto Braga e Alcides Nogueira, que trouxe Suzana Vieira em um deja vú de Maria do Carmo ("Senhora do Destino"), rolando escada a baixo para falecer em uma cena medonha - Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) conseguiu derrubar a "anta nordestina", mesmo que em outro folhetim -, teve de se contentar com 40 pontos na estréia e fechar a semana com míseros 36, fazendo, inclusive, que as discussões com telespectadores fossem antecipadas, para descobrir o "problema" e erradicá-lo já no início.

Enquanto isso, a Record comemorava o fato de "Bicho do Mato" alcançar picos de 22 pontos no principal horário da Rede Globo, com a morte do vilão Ramalho (Jonas Bloch), que, é óbvio, tornou-se o gancho para manter o público acompanhando o desfecho para descobrir quem foi o assassino.

É bem verdade que o canal pediu a intervenção de Tiago Santiago, considerado naquelas bandas quase que uma unanimidade quando o assunto é novela (sic). O que ele fez? Trouxe cenas de perseguição e tiroteios desnecessárias. É nesta situação que se pensa o que a Record está fazendo para ter audiência. Até Marcílio Moraes que fez um excelente trabalho com "Essas Mulheres" descambou para a apelação. Uma vez é legal, a partir da terceira, já cansa. O triste é constatar que é justamente disso que o telespectador gosta, portanto, os que torcem por folhetins de verdade nunca saíram vitoriosos.

Enquete realizada pelo blog da coluna (www.cenaaberta.blogger.com.br)  aponta, até este momento, o seguinte resultado para a questão “Você gostou de “Bicho do Mato?”: 10,34% não gostaram; 17,24% a consideraram mais ou menos, e, a grande maioria, com 72,41%, aprovaram o folhetim. Resultado considerável especialmente quando se compara com a enquete de “Páginas da Vida”, quando mais de 50% dos internautas do blog disseram não ter curtido a novela de Manoel Carlos.

Resta, agora, acompanhar o último capítulo e ficar de olho na novata “Luz do Sol”, marcando o retorno da autora Ana Maria Moretzon à TV.

Mais sobre “Bicho do Mato”?

Acesse o blog da coluna, www.cenaaberta.blogger.com.br, e confira vídeos com a nudez de André Bankoff, o Juba, no primeiro capítulo, a abertura do folhetim e também uma cena da versão de “Bicho” de 1970. Aproveite e vote na enquete da novela e também do “BBB”: Quem vai ser eliminado, Analy ou Alberto?

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