Publicado em 17/05/2023 às 11:39:25, atualizado em 17/05/2023 às 13:57:48
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O Linha Direta sobre a morte de Henry Borel Medeiros está proibido de ir ao ar nesta quinta-feira (17). A informação antecipada pelo jornal O Globo é de que a defesa de Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, conseguiu uma liminar na Justiça impedindo que a edição seja exibida.
A decisão foi da juíza Elizabeth Machado Louro, que alega que "o processo ainda pende de julgamento, tem-se a circunstância de se tratar de episódio que ganhou grande repercussão na mídia e na opinião pública em geral, o que, por si só, já demanda a adoção de medidas que visem a garantir a escorreita apuração dos fatos".
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Em documento também obtido pelo NaTelinha, ela segue: "Nesse sentido, a exibição do programa, em canal aberto, em horário nobre e por emissora de grande alcance do público em geral, não parece servir aos propósitos informativos que possam ser alegados, até porque o processo em si é público, estando as informações à disposição da sociedade, e, não havendo ainda resolução do mérito, qualquer dinâmica dos fatos a ser exibida no programa não passaria de mera especulação".
"No entanto, o que mais importa é que, levando em conta que o réu deverá ser julgado pelo corpo de juízes leigos, tal exposição bem poderá colocar em risco a imparcialidade dos julgadores, prejudicando o direito do réu a um julgamento justo", completou.
A magistrada ainda apontou que é necessário buscar uma conciliação entre o livre direito de expressão e à informação com o direito de um julgamento imparcial:
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"Não se há negar o direito à livre expressão artística, bem como aquele à informação, o que pode conduzir à constatação de um aparente conflito de princípios constitucionais. No entanto, embora o direito à livre expressão e à informação, tal como o direito a um julgamento imparcial, se insiram entre os direitos fundamentais, há que se buscar a conciliação entre os dois direitos, igualmente relevantes, na análise acurada das consequências do risco que da violação de um ou de outro possa resultar a seus detentores. Veja-se que a veiculação de programa que se vale de representações por atores - o que, sem sombra de dúvidas, abre caminho para influenciar, e até exacerbar, as emoções do público -, em se tratando de fato ainda sub judice, não privilegia a informação, mas antes, meras ilações, com consequências imprevisíveis para todas as partes envolvidas.
A juíza Elizabeth Machado Louro, em sua decisão, também alegou que abordar o caso Henry Borel, "com autoria conhecida para autorizar a persecução penal, réus identificados e à disposição do juízo para se submeterem ao julgamento", não contribui para o direito de informar, "afastando-se, inclusive, do escopo de edições antigas do mesmo programa, que focavam em auxiliar os órgãos de justiça a encontrar pessoas que buscavam se eximir de sua responsabilidade penal, este, sim, de indiscutível interesse público".
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Cabe ressaltar, porém, que essa volta do Linha Direta, agora sob comando de Pedro Bial, segue com o objetivo de auxiliar órgãos de justiça a encontrar pessoas desaparecidas, sendo uma segunda parte do programa.
Episódio do Linha Direto está suspenso
O caso que o programa apresentado por Pedro Bial trataria não está em segredo de Justiça. As audiências são transmitidas ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, na web.
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O julgamento do caso da morte de Henry não tem data para acontecer. O Linha Direta havia conversado com todos os advogados envolvidos no caso, inclusive Cláudia Dalledone, de Jairinho, e o promotor Fábio Vieira.
A Globo, como é de praxe, não comenta casos que estão sub judice.
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