Por que dólar baixo no governo Lula é ótima notícia para a Globo e rivais
Emissoras podem ganhar vantagens com a queda do dólar
Publicado em 15/05/2023 às 18:40
Nesta segunda-feira (15), a cotação do dólar fechou a R$ 4,88, menor índice desde junho de 2022. A notícia é boa porque não se trata de uma queda volátil, mas que vem ocorrendo há alguns dias e faz parte de uma promessa de campanha do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas para a Globo e para as emissoras rivais a notícia é excelente por conta de negociações internacionais.
Recentemente, a Globo abriu mão da transmissão exclusiva da Copa do Mundo em 2030, justamente por causa do período crítico que o mundo vem enfrentando no pós pandemia. A emissora chegou a abrir mão de alguns direitos também do cinema por conta da cotação do dólar e tentou renegociar, sem sucesso. No auge da crise econômica, o dólar chegou a beirar os R$ 6,00.
Além das exibições de partidas de futebol e outros esportes, a Globo também compra formatos internacionais, como o Big Brother e o The Voice. Tudo isso, normalmente, é pago em dólar, assim como as novelas estrangeiras, que o Globoplay adquire em feiras mundiais de TV. A título de curiosidade, um produto que custaria em torno de US$ 1 milhão, seria pago algo na casa dos R$ 5,2 milhões até bem pouco tempo atrás e agora seria R$ 4,9 milhões, uma economia de R$ 300 mil.
Não é só a Globo que compra em dólar
Mas essas negociações não se tratam apenas da Globo. Todas as emissoras brasileiras negociam direitos em dólar. Seja nos filmes, exibidos no SBT, por exemplo, ou realities, como A Fazenda, da Record. E com o dólar nas alturas, o desembolso era bem maior do que a expectativa.
Além disso, com o recuo da Globo pela aquisição exclusiva da Copa do Mundo, se o dólar seguir em queda, o que parecia impossível, pode se tornar viável para outros canais concorrentes. Inclusive, plataformas de streaming que, em geral, já têm o poder de compra em dólar, mas poderão ter a vida facilitada para negociar na moeda americana, mas pagando com as assinaturas de brasileiros.