Entrevista

De a primeira vez a crítica ao PT: 7 confissões de Jô Soares

Comediante deu entrevista à revista Playboy em que revelou algumas curiosidades da vida íntima

Jô Soares em participação no Altas Horas: comediante morreu nesta sexta-feira (5) aos 84 anos
Por Daniele Amorim

Publicado em 06/08/2022 às 18:45:00

Morto aos 84 anos nesta sexta-feira (5), Jô Soares já deu entrevistas reveladoras durante sua trajetória como apresentador e comediante. Em 1986, por exemplo, ele conversou com a revista Playboy e fez diversas confissões sobre suas opiniões e experiências na vida pessoal. No bate-papo, ele contou que transou pela primeira vez aos 18 anos e que acreditava que o PT não tinha  "o menor senso de bom humor".

Na época da entrevista, Jô ainda não havia descoberto sua convocação que o faria ser conhecido por várias gerações: o de saber conduzir entrevistas. Foi somente dois anos depois, em 1988, que o humorista trocou a Globo pelo SBT onde estreou o talk show Jô Soares Onze e Meia

Portanto, toda a conversa feita com Jô Soares foi norteada pelo sucesso do Viva o Gordo, seu programa de esquetes de humor na Globo, e sobre sua vida pessoal. Na entrevista, ele contou que se apaixonou por uma garota iraniana quando foi viver na Suíça ainda na adolescência. "A minha primeira namorada — foi na Suíça, onde eu já estudava — era uma irania­na. Lembro até hoje o nome: Omah Harieh. Eu tinha 13 anos", relembrou. 

O sexo, no entanto, só foi descoberto anos mais tarde quando Jô já tinha 18 anos. "É, foi um caminho meio ortodoxo [ri­sos], já na volta ao Brasil. Claro que antes dis­so eu tive relações amorosas com algumas na­moradas na Europa que foram transas sexuais, mas era uma coisa muito mais assim de se amassar, de se pegar e tal. Não no sentido clás­sico do ato [risos]. Mas então foi dentro dos moldes mais machistas e mais profissionais possíveis. Porque é uma coisa que fica na cabeça do homem, que ele tem que tran­sar. Todo mundo mente, né, diz que já tran­sou, acho que desde os 9 ou 10 anos de idade. Aquilo já estava me deixando preocupadíssi­mo, alucinado", pontuou. 

Se a primeira relação demorou para acontecer, Jô aproveitou a solteiríssima como pode. Na entrevista, o humorista revelou que tinha uma vida amorosa agitada ao ponto de ter namorado com três mulheres ao mesmo tempo:. "Aí fica um infer­no, porque inclusive sua casa vira uma peça de Feydeau [autor de comédias de vaudeville francesas]. Você tem que mudar o cenário to­da hora [risos]. "Ih, tem isso aqui, isso aqui não é dela. Epa, chegou a outra!" É uma palha­çada".

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Em meados de 1972, Jô Soares decidiu fechar a boca para não engordar mais. No entanto, engana-se quem pensou que o humorista tentou se desvencilhar do corpo que já o fez tão famoso. Na Playboy, ele disse que ainda voltou a ter o peso de antes porque as pessoas o desencorajavam: "Eu sou o único gordo que ema­greceu e que não teve estímulo. Todo mundo dizia assim: Ah, você fica tão melhor gordo!".

Fã de revólveres

Na entrevista, o comediante explicou que gosta de armas desde infância. Na juventude, ele praticava tiro ao alvo no estande do clube do Fluminense, time em que era declaradamente torcedor.  "Atirava de 38, sei atirar de Magnum, que é uma arma be­líssima. Tive coleção de revólveres e me des­fiz porque não tenho apego às coisas, fui dan­do de presente". 

Como Jô Soares geria seu dinheiro?

Se a moda hoje é investir em NFTs e ações, Jô Soares transformava seu dinheiro em ouro. Ele afirmou que preferia comprar o item precioso por não ter a menor noção de como os investimentos eram administrados: "Como eu não entendo nada de investi­mento, patavina, o que ganho através da mi­nha firma, a Jô Soares Produções Artísticas, em vez de aplicar em ações, ou fundos ou isso ou aquilo, eu aplico em ouro. Que, é claro, fi­ca tudo guardado em custódia num banco". 

Jô Soares e a política

Na época da entrevista, o PT tinha perdido a Prefeitura de São Paulo para o candidato Jânio Quadros, do PTB. Além dele, Fernando Henrique Cardoso também estava na disputa pelo PMDB. Jô também comentou sobre o que achava do partido por conta da derrota:" Acho que o PT seria um partido extraor­dinário pela sua integridade. Só que [faz ar de desalento] é um partido sem o menor senso de humor, e acho que não se faz nada sem humor, nem política. Essa falta de jogo de cintura deu a eleição [para prefeito de São Paulo em 1985] ao Jânio". 



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