Manoel Soares quebrou o protocolo na Globo e foi até a plateia do Encontro para abraçar uma mulher. O episódio aconteceu na manhã desta segunda-feira (1º), quando o programa abordava o caso de racismo presenciado por Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank em Portugal. Emocionada, uma senhora do auditório começou a chorar e foi amparada pelo apresentador.
“Está doendo em alguém da plateia, em uma senhorinha. Não é, Manoel?”, perguntou Patrícia Poeta durante uma fala de Astrid Fontenelle sobre o assunto. A apresentadora do GNT, que é mãe de um adolescente negro, também se comoveu com o caso. “Chorando… Porque doi. Já aconteceu muitas vezes com ela, certamente”, comentou.
continua depois da publicidade
Manoel Soares, que deixou o palco para ir até a plateia abraçar a espectadora, prosseguiu do auditório: “Estou aqui com a Dirce. Vamos lá! Estou vendo que está batendo em você como está batendo em mim e em 54% da população brasileira agora. É uma pergunta óbvia, mas eu preciso fazer: por que você está chorando?”. Ela respondeu:
“Eu começo a lembrar tudo o que eu passei até hoje. O preconceito, o racismo. Quando a gente era criança, nós éramos sete irmãos, minha mãe saía e deixava a gente trancado em casa. As crianças iam lá jogar pedra na casa, xingar a gente. Na escola, em todo lugar, a gente sofre esse preconceito até hoje. Parece que nunca vai acabar.”
“Vai acabar. A gente vai fazer acabar”, garantiu Manoel. Patrícia Poeta então acrescentou: “Por isso estamos falando sobre esse assunto aqui. É isso que é importante. Como disse o Manoel, é uma luta de todos nós. É importante todos nós sabermos qual o nosso papel, qual deve ser a nossa luta”.
continua depois da publicidade
Entenda o caso de racismo presenciado por Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso
Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank falaram ao Fantástico sobre o ataque racista sofrido pelos filhos. A agressora, uma mulher branca, também ofendeu outros clientes de um restaurante em Portugal. Giovanna não ficou calada e foi pra cima da agressora. "Eu não vou sair como a louca, raivosa, como acontece com tantas outras mães pretas, que são leoas todos os dias, assim como fui nesse episódio", relatou.
continua depois da publicidade
Bruno recorda que eles foram para um restaurante conhecido e que segundo Giovanna, gostam de ir ao local porque sempre há pessoas pretas. "Para os nossos filhos, a gente acha muito importante estarem em ambientes com pessoas pretas", opinou.
"E eles estão na praia brincando e, de repente, uma das crianças subiu e falou para gente o que tinha acontecido. E aí a gente ficou chateado, bem chateado. E começou... E vocês viram aquelas imagens", disse Bruno.
continua depois da publicidade
Segundo Giovanna, a mulher estava dizendo coisas como "pretos imundos" e "voltem para a África" e que "Portugal não é o lugar pra vocês, vão embora daqui". "Acho que ela nunca esperava que uma mulher branca fosse combatê-la como eu fui, daquela maneira. Eu sei que eu, como mulher branca, indo lá confrontá-la, a minha fala vai ser validada", orgulha-se ela.
A mulher foi levada para uma delegacia da Guarda Nacional Republicana, bem perto da praia onde Bruno e Giovanna estavam com os filhos. Ela prestou depoimento, foi identificada e depois liberada. Agora, o casal tem até seis meses para apresentar uma queixa crime formal às autoridades portuguesas.
continua depois da publicidade
De acordo com o advogado especialista em Direitos Humanos Hélio Gustavo Alves, esse crime racial tem previsão no Código Penal português, no artigo 240. Dependendo de como a corte portuguesa enquadrar, a mulher pode pegar uma pena de 6 meses a 5 anos de prisão.
Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.