Revolta

Astrid Fontenelle comenta racismo se Giovanna Ewbank fosse negra: "Teria sido presa"

"Adoraria estar falando aqui de Pantanal, mas não dá", ironizou


Astrid Fontenelle com microfone na mão ao vivo no Encontro
Astrid Fontenelle se revolta com racismo sofrido pelos filhos de Gio Ewbank e Bruno Gagliasso - Foto: Reprodução/TV Globo
Por Thiago Forato

Publicado em 01/08/2022 às 09:59,
atualizado em 01/08/2022 às 10:40

Astrid Fontenelle comentou o racismo sofrido pelos filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso no Encontro desta segunda-feira (1º) e se indignou. Ela também tem um filho negro e comentou o que aconteceu em Portugal com o casal. "Se Giovanna fosse uma mulher preta, ela teria, no mínimo, sido levada junta presa", reclamou ao vivo na Globo.

"Adoraria estar aqui falando de Pantanal, mas não dá", emendou. Em um trecho inédito da entrevista para o Fantástico, Giovanna desabafou: "É muito cruel pensar que eles já têm que ser fortes. Duas crianças que já precisam estar preparados para combater o racismo".

"Com 9 e 7 anos, são duas crianças, teriam que estar vivendo sem pensar em absolutamente nada. Milhares de crianças são colocadas nessa situação no Brasil, Portugal e no mundo. As mães não têm voz pra gritar como eu pude gritar."

Giovanna Ewbank em trecho inédito de entrevista para o Fantástico

Para o apresentador Manoel Soares, essa é uma luta de toda a sociedade. "É muito complicado ensinar ao filho com 8, 10 anos de idade, ensinar o cálculo do racismo. Ensinar como reagir se for seguido no shopping, abordagem policial. Com 7 e 8 anos já tive que começar a explicar", desabafou.

A revolta de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso

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O casal falou ao Fantástico sobre o ataque racista sofrido pelos filhos. A agressora, uma mulher branca, também ofendeu outros clientes. Giovanna não ficou calada e foi pra cima da agressora. "Eu não vou sair como a louca, raivosa, como acontece com tantas outras mães pretas, que são leoas todos os dias, assim como fui nesse episódio", relata.

Bruno recorda que eles foram para um restaurante conhecido e que segundo Giovanna, gostam de ir ao local porque sempre há pessoas pretas. "Para os nossos filhos, a gente acha muito importante estarem em ambientes com pessoas pretas", opina.

"E eles estão na praia brincando e, de repente, uma das crianças subiu e falou para gente o que tinha acontecido. E aí a gente ficou chateado, bem chateado. E começou... E vocês viram aquelas imagens", diz Bruno.

Segundo Giovanna, a mulher estava dizendo coisas como "pretos imundos" e "voltem para a África" e que "Portugal não é o lugar pra vocês, vão embora daqui". "Acho que ela nunca esperava que uma mulher branca fosse combatê-la como eu fui, daquela maneira. Eu sei que eu, como mulher branca, indo lá confrontá-la, a minha fala vai ser validada", orgulha-se ela.

A mulher foi levada para uma delegacia da Guarda Nacional Republicana, bem perto da praia onde Bruno e Giovanna estavam com os filhos. Ela prestou depoimento, foi identificada e depois liberada. Agora, o casal tem até seis meses para apresentar uma queixa crime formal às autoridades portuguesas.

De acordo com o advogado especialista em Direitos Humanos Hélio Gustavo Alves, esse crime racial tem previsão no Código Penal português, no artigo 240. Dependendo de como a corte portuguesa enquadrar, a mulher pode pegar uma pena de 6 meses a 5 anos de prisão.

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