Publicado em 15/03/2022 às 21:41:00, atualizado em 15/03/2022 às 22:10:01
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Durante o Jornal Nacional desta terça-feira (15), William Bonner detonou o governo Jair Bolsonaro ao noticiar sobre a censura, através do Ministério da Justiça, do filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola (2017). O apresentador comentou a posição da Globo sobre o caso e apresentou argumentos de juristas ouvidos pelo noticiário, que afirmaram que a determinação do Ministério de Bolsonaro em proibir a veiculação da obra é inconstitucional.
O filme tem sido alvo de polêmicas, por mostrar uma cena em que o vilão da história, vivido por Fábio Porchat, assedia sexualmente duas crianças. Após a repercussão do caso, o Governo Bolsonaro decidiu que nenhuma plataforma poderá disponibilizar o longa. O Jornal Nacional também relembrou que, na época do lançamento da obra, bolsonaristas elogiaram o filme de Danilo Gentili, mas que nesta semana atacaram o longa.
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"O Ministério da Justiça censurou a comédia Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, lançado em 2017. Em decisão publicada hoje, o Ministério alega haver apologia à pedofilia. Nas redes sociais, Bolsonaristas atacam o filme por conta de uma cena em que o vilão, interpretado por Fábio Porchat, assedia sexualmente crianças."
William Bonner
"Na época do lançamento, Bolsonaristas elogiaram filme. O pastor Marcos Feliciano, por exemplo, publicou na internet o seguinte 'Há tempo não ria tanto ontem'. Feliciano apagou o post, disse que não se lembrava da cena e que devia ter ido atender a um telefonema", acrescentou Renata Vasconcellos.
"O Ministério da Justiça determinou a retirada do filme das plataformas Amazon, Apple, Netflix, YouTube, Globoplay e Telecine. A pena por descumprimento é uma multa de R$ 50 mil por dia. O ator Fábio Porchat falou sobre a censura do filme e revelou o espanto com a decisão por ter sido baseada em atos condenáveis de um personagem mau de uma obra de ficção", disse Bonner e Renata, antes de exibir o posicionamento de Fábio Porchat.
"Segundo juristas ouvidos pelo Jornal Nacional, a ordem do Ministério da Justiça fere o inciso nove do art. 5º da Constituição. O inciso nove diz que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação independente de censura ou licença", continuou Bonner.
"Os juristas afirmaram que eventuais limites da liberdade de expressão só podem ser discutidos pelo Judiciário e lembram que o julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade, no Supremo Tribunal Federal, já decidiu que, nem mesmo a exibição de um programa em horário diverso da classificação indicativa, poderia resultar em penalidades, o que demonstra como a proibição da exibição do filme contraria a jurisprudência."
Apesar do filme ser de 2017, o caso só ganhou repercussão nesta segunda-feira (14). Uma das denúncias da referida cena que mais repercutiram foi a do político André Fernandes (do PL, mesmo partido de Jair Bolsonaro). "Denúncia gravíssima! Atenção pais a mães! Isso não pode ficar impune. Façam a parte de vocês também", pediu ele, mostrando a cena indignando.
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Assista ao posicionamento do Jornal Nacional sobre o caso:
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