Jogo de cintura

De choque a melancia na cabeça: Perrengues de Faustão antes de estrear na Band

O apresentador diz que aprendeu a improvisar quando foi repórter esportivo

Faustão durante gravação do seu programa na Bando - Foto: Divulgação/Band
Por Jéssica Alexandrino

Publicado em 13/01/2022 às 07:25:00

Prestes a estrear na Band sendo um dos maiores nomes da televisão brasileira, é até difícil imaginar que Faustão já tenha sido alvo de brincadeiras de mau gosto em um campo de futebol. Porém, até o final da década de 60, o veterano era repórter esportivo de algumas das principais rádios da época, como Excelsior, Brasil e Globo. Foi entrevistando os jogadores que o apresentador ganhou jogo de cintura para improvisar ao vivo. Nos gramados, Fausto Silva já levou metade de uma melancia nas costas, pilhas na cabeça, tomou choque com microfone e rojões estouraram em seu pé. Todos esses perrengues nada chiques foram na bagagem que ele levou quando começou sua carreira na TV.

"O rádio mexe com o imaginário das pessoas, com toda essa fantasia do público, e, principalmente, exige essa coisa do improviso. Isso acabou me ajudando muito, depois, quando fui trabalhar em jornal e, principalmente, na televisão", declarou, em depoimento concedido ao Memória Globo.

Em uma entrevista considerada histórica ao extinto Programa do Jô, em setembro de 2016, Fausto Silva contou algumas histórias de início de carreira. "Eu lembro de uma vez no interior, vocês não sabem como é, eu com 140 quilos, eu era um alvo. O cara me jogou metade de uma casca de melancia nas costas", lembrou, acrescentando que teve que continuar a transmissão como se nada tivesse acontecido porque não teria como explicar a situação para o público.

Além das experiências no esporte, o apresentador credita à vivência que teve no jornalismo o jogo de cintura com que conduz programas até hoje. "Você tá transmitindo ao vivo, de repente, os caras no desespero pulam do prédio e você vê um corpo humano estourando como uma bolsa de plástico no chão. Você engole seco, não pode passar para o ouvinte isso. Você tem que ter equilíbrio, tudo isso te ajuda no resto", explicou, se referindo à cobertura que fez do incêndio do Edifício Joelma, tragédia ocorrida em fevereiro de 1974, no centro de São Paulo.

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Ainda no bate-papo que teve com Jô Soares, Faustão falou sobre situações inusitadas que passou com jogadores de futebol. "O cara chegou pra jogar e eu lembro que tinha lançado aquelas Chiclets no Brasil, aquela branquinha. O cara olhou, achou que era comprimido e bebeu com água. Você imagina aquilo no estômago", contou, arrancando risadas do titular do talk show.

"Aí outro cara falou assim 'E aí, você ganhou o motoradio', que era a marca do rádio. O cara falou assim, acho que foi o Pepeu: 'Ah, eu queria agradecer. O rádio vou dar pro meu tio, agora, a moto eu vou ficar com ela'. Ele pensou que era a moto e o rádio, entendeu?", brincou, lembrando das bolas foras dadas pelos atletas.

Apesar de ter dito que acha que hoje os jogadores falam mais bobagens, Faustão pontuou que naquela época já falavam bastante. "O jogador chegava 'Hoje eu tô realizando um sonho. Tô jogando na cidade que Jesus nasceu, Belém do Pará'", citou, ao ser perguntado sobre o maior absurdo que já ouviu de um jogador de futebol.



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