Publicado em 14/07/2021 às 06:09:00
Denis Gavazzi, diretor de esportes do Grupo Bandeirantes, faz um balanço positivo dos primeiros três meses da transmissão da Fórmula 1 na emissora. Evitando comparações com a Globo, o executivo diz que a Band agradou aos amantes do automobilismo. Ao NaTelinha, Gavazzi conta que o grupo está de olhos em novos eventos esportivos e que as Olimpíadas de Tóquio será “um grito de libertação para o esporte contra a pandemia”.
Em março, a Band passou a transmitir as competições da Fórmula 1 após a Globo perder os direitos que estavam na emissora há 40 anos. No pacote adquirido pelo Grupo Bandeirantes, além da F1, exibido na TV aberta, a Fórmula 2 e 3 passaram para a grade do BandSports. Nos primeiros três meses, a Band já exibiu nove GPs de um total de 21 corridas e vem se mantendo em segundo lugar na audiência, de acordo com dados da Kantar Ibope na Grande São Paulo.
“Balanço mais do que positivo. A Fórmula 1 é um belíssimo produto que vem encantando a todos aqui na Bandeirantes e o nosso feedback com o telespectador apaixonado da Fórmula 1 que está acompanhando na Bandeirantes é o melhor possível. Balanço positivo ao extremo”, avalia Denis Gavazzi, em entrevista exclusiva.
Para transmitir a Fórmula 1, a Band montou uma equipe de ex-globais, como Sérgio Mauricio na narração, Reginaldo Leme e Felipe Giaffone nos comentários e reportagens de Mariana Becker.
“Não foi um grande desafio a montagem da estrutura da Fórmula 1 para a Band porque temos expertise em fazer transmissão. E a Fórmula 1 é um produto muito bem organizado. O maior desafio foi o tempo curto. Fechamos o contrato na primeira quinzena de março e a primeira prova foi no final do mês. O mais complicado, nisso tudo, foi colocar de pé uma equipe de narração e comentário a altura da forma que conseguimos”, explica o executivo, que está no Grupo Bandeirantes há sete anos e é conhecido no mercado de direitos esportivos. Por 19 anos, esteve na ESPN onde chegou a assumir o cargo de coordenador de eventos e transmissões.
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Ao ser questionado sobre o que a público da F1 encontrou na Band que antes não tinha na Globo, Gavazzi opta em evitar comparações, mas elogiou a transmissão da antiga emissora detentora dos direitos da Fórmula 1.
“Eu prefiro não comentar o trabalho que a Globo fazia. A Globo fez um trabalho maravilhoso com a Fórmula 1 durante 40 anos e gente, agora, faz o nosso papel, o nosso trabalho. Temos valorizado cada vez mais o evento fazendo muita cobertura jornalística pré-prova, treinos ao vivo, enfim, nossa equipe é muito boa e preparada. Então, eu prefiro falar só da cobertura da Band que vem me agradando bastante e acho também aos amantes da Fórmula 1”, explica.
Neste ano, além da F1, a Globo perdeu os direitos esportivos da Libertadores e da Copa América e não conseguiu adquirir a Liga dos Campeões e a Liga Europa - todos foram para o SBT. Para o diretor de esportes da Band, esse movimento no mercado fomenta o setor e abre novos postos de trabalho.
“Eu acho que a importância de fatiar (direitos esportivos) é o esporte ganhando força e corpo em várias emissoras diferentes, seja em aberta, fechada, streaming e plataformas novas. Antes concentrado numa emissora só e agora abre novos campos, mais alternativas de transmissão, de mercado e para os profissionais de televisão, jornalistas e produtores. Acho que é a grande boa notícia para quem trabalha com esporte. Mais espaço de trabalho, mais divulgação, mais transmissão, do esporte para o público em geral”, opina Gavazzi.
E completa: “A Band sempre tem interesse em novos direitos esportivos. Estamos trabalhando olhando para o mercado e pintando novas possibilidades, e se for possível, economicamente e comercialmente, vamos trazer para a Bandeirantes e o BandSports. O radar está sempre ligado nosso aqui”.
O GP do Brasil de Fórmula 1, marcado para o dia 7 de novembro no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, está envolvido numa polêmica onde o Ministério Público do Estado investiga os contratos assinados entre a prefeitura de SP, a F1 e a MC Brazil Motorsport, empresa que promove o evento. Existe questionamentos sobre a ausência de licitação para realização da corrida e os benefícios sociais cedidos pela prefeitura da capital.
“Acompanhamos tudo de longe e vamos esperar as definições jurídicas que venham a acontecer. Por enquanto o GP está mantido e a Band é a emissora oficial que vai transmitir”, explica o executivo, que promete uma bela cobertura da corrida em parceria com a FIA.
Os jogos Olímpicos de Tóquio inicia no dia 23 de julho e o BandSports promete uma cobertura 24 horas. Foram escalados pela Band: Álvaro José, Elia Júnior, Glenda Kozlowski, Cris Dias, Neto, Oliveira Andrade, Carlos Fernando, Napoleão de Almeida, Ivan Bruno e alguns medalhistas, dentre eles, Henrique Guimarães (judô), Fofão e Marcelo Negrão (vôlei). Na TV aberta, o evento será exclusivo da Globo.
“Nossas apostas aqui é nosso elenco que é muito forte. Temos diversos medalhistas olímpicos com o nosso time. Com um corpo de narração e apresentadores com bastante experiência. As grandes apostas do BandSports são exatamente o nosso conhecimento e nossa forma de fazer. Isso que vai agradar ao assinante BandSports para poder ficar conosco”
E concluiu: “A expectativa das melhores (para a transmissão). Vai ser uma Olimpíada sensacional e diferente para o amante. Vai ser um grito de libertação para o esporte contra a pandemia. A Olimpíada, normalmente, quase na totalidade do planeta, é um produto de televisão, essa não será diferente. A expectativa é das melhores. Vai ser evento peculiar e emocionante".
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