Publicado em 27/06/2021 às 08:35:17
Em 27 de junho de 1986, a Globo colocava no ar o último episódio de um de seus mais importantes programas - até então - o TV Mulher. Há 35 anos, a emissora carioca encerrava a trajetória da produção que havia se iniciado sete anos antes e que ocupou espaço na grade de programação da emissora, dando destaque para o público feminino, tratando as mulheres como protagonistas de seu público-alvo.
Dirigida por Nilton Travesso e tendo como madrinha ninguém menos que Elis Regina, o TV Mulher entrou no ar com um formato diferente do que era visto na televisão, com vários apresentadores e colunistas, que falavam de temas específicos. A primeira formação apresentava Marília Gabriela, Ney Gonçalves Dias, Alan Szerman, Fany Abramovich, Xenia Bier, Marta Suplicy e Clodovil. Mas outros nomes também estiveram no comando da atração, como a atriz Irene Ravache e até César Filho, atualmente na Record.
O sucesso do TV Mulher foi tanto que a Globo chegou a reprisar compactos de novelas para atrair ainda mais a atenção do público, principalmente das donas de casa. O programa levou ao ar edições especiais de produções como Irmãos Coragem (1971), Ciranda de Pedra (1981), Chega Mais (1980) e Escrava Isaura (1977), sempre com alta audiência e comentários dos apresentadores e colunistas, logo depois.
Ao longo da história, o programa foi recheado de polêmicas, inclusive enfrentando a fúria de Associações que defendiam os bons costumes por conta da participação de Marta Suplicy, antes de entrar na política e atuando como sexóloga e que falava de temas controversos, como o orgasmo feminino e repetia várias vezes a palavra orgasmo, provocando a fúria de censores.
Mas um dos momentos considerados mais extremados da produção foi a saída de Clodovil do programa, por conta de um protesto contra Marília Gabriela e abandonando a atração ao vivo, armando o maior barraco do mundo e tendo de ser substituído por outro costureiro. À época, o status de Clodovil era tão grande que a Globo chegou a fazer uma novela inspirada no universo da moda, Ti-Ti-Ti (1985).
Após várias reformulações e diversos apresentadores, a Globo decidiu que o TV Mulher não tinha mais como continuar e optou por modificar completamente a faixa das manhãs, que eram dedicadas às donas de casa, e passou a apostar nas crianças para assumir o controle remoto. Foi aí que o martelo foi batido e o programa icônico e considerado à frente de sua época chegou ao fim.
Para o lugar, a direção da emissora preparava um novo programa, que também se transformaria em um dos mais importantes da história da emissora, ao tirar uma apresentadora infantil em ascensão da Manchete para apresentar o Xou da Xuxa, que ocuparia o espaço deixado pelo TV Mulher e rapidamente viraria um fenômeno de audiência, além de faturamento.
Em comemoração aos 30 anos do fim do programa, o Viva resolveu fazer um reboot do TV Mulher em 2016 e chamou a apresentadora titular da primeira versão para apresentá-lo: Marília Gabriela assumiu a função de retomar a produção, como uma espécie de homenagem à obra original e sob direção de Jorge Espírito Santo.
Neste caso, o retorno do TV Mulher contou com outros colunistas, inclusive Fernanda Young, que acabaria morrendo tragicamente alguns anos depois. Neste especial, o Viva produziu apenas 10 episódios como forma de comemorar a data do icônico programas.
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