Publicado em 29/05/2021 às 09:38:58
Em 26 de maio de 1986, morria o jornalista e apresentador Flávio Cavalcanti, um dos maiores e mais polêmicos personagens da televisão brasileira. Ele se sentiu mal durante a apresentação do programa que apresentava no SBT, quando os estúdios ainda eram na Vila Guilherme, em São Paulo. Pouco depois, foi internado com problemas de coronária, e uma parada cardíaca o matou quatro dias depois. O fato fez com que Silvio Santos ordenasse a suspensão da grade de programação da sua emissora.
"Estamos tristes com a morte do nosso colega Flávio Cavalcanti, que será sepultado hoje, em Petrópolis, às 16h, quando então voltaremos com a programação normal", dizia a mensagem na tela do SBT. Quando Cavalcanti passou mal no ar, foi Wagner Montes (1954-2019) que retornou no comando do programa após os comerciais. "Vocês devem estar estranhando eu apresentando o programa. Desculpem, mas eu também fui pego de improviso. Mas o Flávio teve uma pequena indisposição e, se Deus quiser, na próxima quinta-feira, ele estará aqui, porque aqui é o seu lugar, para comandar o Programa Flávio Cavalcanti", desejou.
A morte do profissional foi tida como irreparável para a televisão. Condutor de emoções, ele era conhecido por seu jeito estimulador, provocador e causador, suscitando a emoção no público através da emoção. Flávio começou na televisão ainda nos primeiros anos de operação no Brasil, em 1953.
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Ele substituiu o colunista social Jacinto de Thormes em um programa de entrevistas na antiga TV Tupi, do Rio de Janeiro. Depois, teve próprio programa, que teve o nome de Noite de Gala, A Grande Chance, Um Instante Maestro, Boa Noite, Brasil e, finalmente, Programa Flávio Cavalcanti.
Flávio foi o primeiro apresentador a criar um corpo de jurados na televisão. Polêmico, chegou a ser suspenso pela ditadura militar em 1973 durante o governo Medici depois de mostrar o caso de um homem que "emprestava" a mulher para o vizinho.
Uma de suas marcas era quebrar discos no palco. Aqueles que achavam ruins, acabavam sendo triturados ao vivo. Crítico musical, não poupava ninguém. "Eu nunca encontrei nada de ruim em Chico Buarque, Dolores Duran ou Noel Rosa", repetia ele.
O dono do bordão "nossos comerciais, por favor" também defendia a censura e abominava o comunismo, além do rock. Tinha fãs também por suas posições contundentes e duras. "A censura é indispensável", bradava ele.
Flávio era carioca e faleceu quando tinha apenas 63 anos de idade e também ficou conhecido como o mais polêmico dos apresentadores da televisão brasileira.
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