Publicado em 02/07/2019 às 04:55:00
Vildomar Batista, 52, responsável pela implantação do formato do "Hoje em Dia" entre 2006 a 2009 na Record e atual diretor do "Aqui na Band", acredita na evolução gradativa do novo matutino e gostaria de chegar a bater o SBT no Ibope.
Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Vildomar faz um balanço dos primeiros 30 dias da revista eletrônica apresentada por Silvia Poppovic e Luís Ernesto Lacombe.
"Se o ‘Aqui na Band’, nesse horário, atingir a meta de 2 pontos eu acho uma vitória muito importante para grade da emissora. Só que pra mim é um número baixo. Por ser um produto pra ser trabalhado e implantado a longo prazo eu espero que o nosso trabalho dê a posição que a Band merece. E na minha opinião, a posição que ela merece não é o quarto lugar", comenta Vildomar Batista.
Ao ser questionado se gostaria de vencer a audiência do "Hoje em Dia" na Record, ele refuta a ideia, e completa: "Eu gostaria de ganhar do SBT".
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No primeiro mês de exibição, o "Aqui na Band" marcou média de 0,8 ponto, conquistando um crescimento de 33% em comparação a antiga atração que ocupava a faixa na Band.
"Um programa que cresce em 30 dias, 30%, se ele se mantiver nesse patamar certamente vai terminar o ano com um crescimento de 100% em relação a média que se tinha no horário", aposta o diretor.
Além do "Hoje em Dia" e "Aqui na Band", Vildomar Batista dirigiu o "Tudo é Possível", "Show do Tom", "O Melhor do Brasil", "Programa do Gugu", "Sabadaço", dentre outros projetos.
Ao site, ele afirma que não pretende importar conteúdos das suas antigas atrações no "Aqui na Band", mas também não descarta "num momento de loucura artística, e não de desespero, pra satisfazer aquele que é meu verdadeiro patrão, que é o telespectador, que a gente faça essas brincadeiras. Inclusive a volta da passarela", revela.
Quando eu levei o projeto para a Band, desde o princípio, foi um interesse da emissora em criar um produto competitivo para aquele horário. Eu já tinha um trabalho de pesquisa sobre o perfil da audiência e o próprio desempenho da Band na faixa. Eu já sabia que o crescimento não seria do dia para noite. Isso aconteceu com o "Hoje em Dia". Quando eu assumi ele dava 1,3 ou 1,4 de média. O "Hoje em Dia" num prazo de um ano ele chegou, numa escala crescente, até mais rápido que esperávamos, chegamos a dois dígitos na época e ficávamos em primeiro lugar. Então foi um processo de construção, lá do "Hoje em Dia". Depois de 13 anos, o programa é um produto que não tem mais aquele mesmo desempenho de audiência, mas certamente, é um programa que conquistou o prestígio na grade da Record e comercial. Eu acredito que as poucos, isso vai acontecer com o "Aqui na Band". Porque desde o princípio eu nunca recebi da emissora determinações sobre uma meta. Seja comercial ou de resultados de audiência. Desde o começo me disse que esse é um projeto que ela acredita que o crescimento virá a longo prazo. O mais importante que a emissora se preocupa é com a qualidade do conteúdo e a responsabilidade jornalística do que é colocado ar. Esse resultado já começou a acontecer. A Band apresentou um estudo pra mim, para equipe de produção e para os apresentadores, onde nesses 30 dias, nós já crescemos a audiência no horário acima de 30%. Um programa que cresce em 30 dias, 30%, se ele se mantiver nesse patamar certamente vai terminar o ano com um crescimento de 100% em relação a média que se tinha no horário.
Infelizmente, hoje, a gente faz televisão mais focado no resultado do Ibope, ou seja, no números do real time, do que propriamente no conteúdo. Isso é muito ruim. Eu acho que a televisão hoje passa por um processo de empobrecimento. Nesse momento nós estamos investindo, não na contramão. O telespectador consome aquilo que nós produzimos. Se nós tivermos paciência e começarmos a produzir um conteúdo de qualidade, como é a proposta do "Aqui na Band", o telespectador uma hora vai zapear, vai nós achar, e vai mudar de hábito. E aquilo que ele tá acostumado a ver na concorrência como conteúdo que eu considero fraco, empobrecido, já velho, ele pode encontrar no "Aqui na Band" um conteúdo que tá abrangendo todo o segmento de TV hoje na televisão. Temos jornalismo, entretenimento, matérias de comportamento, prestações de serviços, toda a parte que envolve a medicina e temos o jornalismo de celebridade, que é o segmento que mais cresce na televisão. Então, claro que os números nos torna competitivos e a gente busca isso. Afinal de contas, são através dos números que o mercado publicitário desenha seu investimento. Mas nesse momento, além do crescimento dos 30% o programa já tem várias cotas fechadas e uma demanda gigante para ações comerciais. A gente começa agora nos próximos dias a ter, praticamente, 80% das cotas de merchandising fechadas. Isso para um programa que tá no ar há 30 dias é resultado de sucesso. Se a gente trabalhar com a questão do share (aparelhos ligados), que no horário e gira em torno de 30%, no máximo, então, se você perceber que a maior média da Band gira hoje na casa de 5 a 6 pontos, que acontece com o "Brasil Urgente", se o "Aqui na Band", nesse horário, atingir a meta de 2 pontos eu acho uma vitória muito importante para grade da emissora. Só que pra mim é um número baixo. Por ser um produto pra ser trabalhado e implantado a longo prazo eu espero que o nosso trabalho dê a posição que a Band merece. E na minha opinião, a posição que ela merece não é o quarto lugar. Não, eu gostaria de ganhar do SBT.
O formato do programa foi desenvolvido por mim e pela minha produtora. A questão da gente ter duas pessoas, a Silvia e o Lacombe, não foi uma escolha simplista. Primeiro que a Silvia é uma jornalista muito experiente e uma mulher que tem uma posição aspiracional para esse público que tá no horário. Ela tem mais de 60 anos de idade e aparenta hoje, não só pela postura, mas também na questão visual, uma mulher de 40 anos no máximo. O Lacombe, que é um cara que veio do jornalismo e do esporte, nunca tinha feito uma revista eletrônica ou um programa com essas características. E felizmente ele pegou essas características, de dividir o conteúdo com a Silvia, de forma muito rápida. Eu gosto da forma que eles se divergem no ar. Eles têm posicionamentos diferentes mas aquilo é dentro do respeito. Eu acho que o formato dos dois hoje se completa dentro de um programa que visa ter jornalismo, prestação de serviço e entretenimento. Evidente que a figura da culinária, que está lá, porque a Band tem uma tradição muito forte com o "MasterChef" e essa atração não podia ser esquecida por uma revista eletrônica que também tem a pretensão de ser um produto com forte apelo comercial. Eu acredito que esse tripé onde o mais forte está na dupla entre Silvia Poppovic e Luís Ernesto Lacombe, torna o formato do programa não só mais competitivo, mas também, um produto bem embalado artisticamente. Esse entrosamento já nasceu nos pilotos. Pra mim foi um surpresa. Fizemos muito pilotos antes do programa estrear. Porque a gente queria entender exatamente o que cada um faria nesse formato. "Aqui na Band" tem uma série de colunistas. Tudo foi pilotado entre os apresentadores, como também a interação deles com os colunistas. O programa hoje tem uma essência de 30 dias, que na minha cabeça e na forma de dirigir o programa, que estava no ar há muito mais tempo. Existe uma sintonia maior do que eu esperava.
(risos) A televisão ela é feita não pra mim e nem para os apresentadores, ela é feita para o telespectador. Por incrível que pareça, eu recebo nas minhas redes sociais, e também nas dos apresentadores e do programa, muitos pedidos para voltar com as brincadeiras que eu fazia na época do "Hoje em Dia". Muitos. E com sugestões curiosas. "Faz a passarela. Faz o que tem na bolsa da Silvia". Eu me divirto com essas coisas porque além de uma memória afetiva que o telespectador tem em relação ao meu trabalho que eu fiz no "Hoje em Dia", isso mostra que o telespectador não tá preocupado que essa brincadeira foi feita no "Hoje em Dia" na Record, ele quer que ela seja feita pra diversão dele. Eu não pretendo importar esse conteúdos que foram feitos em outro programa para o "Aqui na Band", mas também não descarto num momento de loucura artística, e não de desespero, pra satisfazer aquele que é meu verdadeiro patrão que é o telespectador que a gente faça essas brincadeiras. Inclusive a volta da passarela.
Eu fiz uma abertura inspirada nos programas americanos. Eu sou fã da televisão que era feita no passado. Era feita com mais cuidado. Hoje não tem mais abertura, créditos, mais nada. Emenda uma matéria na outra que você não sabe nem quando começa o programa e termina. Aquele desespero de audiência e pelos números. E acaba não criando identidade. Eu desenvolvi essa abertura não só pra valorizar o cenário, que é muito bonito e imponente, mas pra criar no telespectador a sensação de conforto artístico. Ou seja, os apresentadores têm uma característica de quando eles saem da cozinha, que é a última entrada que a gente faz no "Café no Jornal", e se desloca para o jornalismos, de forma artística pra gente ali começar as notícias. Isso é muito presente nos programas americanos. Eu quis trazer essa plástica para Band, e foi muito bem recebida pela emissora e os telespectadores. Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web É ele! Com a palavra... Segue? Em família Exclusivo Se ausentou Exclusivo Coloca casaco Acabou Escapou Para sempre Manutenção Quem era? Chateada? Tensão no ar Críticas Nasce uma estrela? Números em tempo real Eita! No Lady Night Balanço do 1º mês
"Hoje em Dia" depois de 13 anos
Crescimento do "Aqui na Band"
Em busca da qualidade
Cotas vendidas
Meta de audiência
O prêmio seria vender a Record e o “Hoje em Dia”?
Formato do "Aqui na Band"
Culinária
Entrosamento entre Silvia Poppovic e Luís Ernesto Lacombe
A volta da passarela
Abertura inspirada na TV americana