Publicado em 20/10/2023 às 20:45:00
A tilápia é um dos peixes mais consumidos no Brasil, mas o que muitos não sabem é que esse peixe, de origem africana, não é nativo do país. E a novidade nessa história é que essas tilápias estão invadindo os mares daqui.
Um estudo pioneiro publicado na revista científica Aquatic Ecology traz evidências de que uma espécie invasora de água doce está conseguindo se adaptar a ambientes salobros. O trabalho, liderado pela ecóloga Ana Clara Sampaio Franco, da Universidade de Girona na Espanha, reúne uma série de registros sobre o assunto.
Os primeiros vídeos registrados no litoral fluminense foram somente a ponta dessa investigação que durou mais de um ano. “Nós temos registros que vão desde o Maranhão, até Santa Catarina. Passando por Espírito Santo, São Paulo e pelo Rio de Janeiro. Detectamos que esses casos não eram isolados, o que consideramos preocupante”, explica Ana Clara em entrevista ao GT.
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Uma pista sobre como as tilápias foram parar no mar pode estar no número de registros da espécie mais encontrada na costa brasileira, a tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus). Por crescer rapidamente, esse é um dos peixes mais cultivados no país.
“As estruturas de criação não são imunes a falhas, por isso acontecem escapes. Há também descartes de aquicultores equivocados, que soltam essa espécie exótica invasora nos rios. O Brasil, apesar de deter uma das maiores biodiversidades do mundo, compra pacotes tecnológicos para aquicultura de espécies que não são daqui. Em vez de explorar nosso potencial”, afirma Ana Clara.
A invasão de tilápias em água doce no Brasil já é conhecida na ciência. Por isso, os pesquisadores fizeram um amplo cruzamento de informações para saber se as espécies chegaram ao ambiente marinho pelos rios que desaguam no mar. “A gente consegue ver que na costa do Norte e do Nordeste nós não temos essa correspondência”, comenta a pesquisadora.
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O mistério, neste caso, está ligado à falta de informações sobre a criação de peixes. “Chegamos à conclusão que não existe no Brasil uma base boa, unificada e atualizada de dados sobre as estruturas de aquicultura, as espécies que são cultivadas e onde são cultivadas em pequena e média escala. A ausência desse levantamento não nos permite traçar com exatidão as possibilidades de ocorrência da tilápia”, explica Ana Clara.
De que forma um peixe de água doce resiste à água salgada? A explicação está na evolução da espécie. As tilápias pertencem à família dos ciclídeos, a mesma do famoso tucunaré da Amazônia, e um dos últimos grupos marinhos que migraram para água doce.
Essas espécies possuem adaptações que lhes permitem sobreviver em ambientes salobros, como a capacidade de excretar o excesso de sal através das brânquias. No caso das tilápias, a adaptação é ainda mais impressionante, pois elas conseguem viver em águas com até 30% de salinidade.
A presença de tilápias no mar é uma preocupação para os cientistas, pois essas espécies podem competir com os peixes nativos e causar impactos ambientais. Além disso, as tilápias são consideradas uma praga agrícola, pois podem causar danos às plantações.
“É preciso que o Brasil desenvolva políticas públicas para o controle da aquicultura e da introdução de espécies exóticas. É preciso investir na pesquisa e na produção de espécies nativas que possam ser cultivadas de forma sustentável”, defende Ana Clara.
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