Após ofender defensores de Israel, presidente da EBC é demitido por Lula
Presidente da EBC chamou os defensores de Israel de idiotas
Publicado em 18/10/2023 às 19:31,
atualizado em 18/10/2023 às 19:32
O presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Hélio Doyle, foi demitido nesta quarta-feira (18) após chamar apoiadores de Israel de "idiotas". Ele republicou no Twitter uma frase do ilustrador Carlos Latuff que dizia: "Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante".
Parte do governo desde o período de transição, Doyle foi nomeado em fevereiro deste ano. Antes de sua demissão, ele afirmou que, apesar de sua posição sobre o conflito entre Israel e o Hamas, a linha jornalística da EBC seguiria sendo imparcial.
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"O compartilhamento reflete minha posição, de protesto contra os ataques a civis, venham de um lado ou de outro. Talvez tenha também sido motivado pelo que considero hipocrisia dos que protestam justificadamente contra o ataque a israelenses mas justificam os ataques a palestinos", afirmou ao jornal O Globo.
Doyle vinha fazendo diversas postagens sobre a guerra e em defesa da Palestina. No dia 15, ele republicou outra mensagem que dizia: "Imagina bombardear todo o Rio de Janeiro para punir milicianos e traficantes. É o que Israel está fazendo com a Palestina".
Apesar das publicações, ele manifestou apoio à posição de neutralidade adotada pelo governo Lula sobre o conflito. Em reuniões internas com a equipe, solicitou que todo o conteúdo da emissora escutasse os dois lados.
Doyle vinha sendo pressionado pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, para demitir o jornalista Luiz Carlos Braga, que negou a existência da ditadura militar, elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro e criticou o presidente Lula.
A demissão de Doyle foi criticada por organizações de defesa da liberdade de expressão, que alegaram que ele foi punido por expressar sua opinião. O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (SJDF) também se manifestou contra a demissão, afirmando que ela "representa um retrocesso na democracia brasileira".