Publicado em 02/08/2022 às 15:37:13
Conteúdo mais assistido da HBO Max Brasil, Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nos últimos dias, mas muitos internautas questionaram o motivo de a produção ter exibido fotos de quando o corpo da atriz foi encontrado no matagal. Segundo Tatiana Issa e Guto Barra, diretores da série, os registros foram incluídos no documentário a pedido de Gloria Perez, além de servirem para mostrar a crueldade do crime.
"Em um primeiro momento nos perguntamos se deveríamos mostrar as fotos do crime, que são tão chocantes. Mas a Gloria sempre achou importante mostrá-las justamente para que as pessoas pudessem ver e relembrar a brutalidade bárbara e cruel que foi esse crime e o que fizeram com a filha dela. As pesquisas foram feitas com muito cuidado, muito estudo, baseadas sempre nos autos do processo. Nos debruçamos em todos os documentos, laudos, em toda a cobertura feita na época e nos arquivos pessoais da Gloria", ressaltou a diretora, em entrevista ao portal de notícias da Band.
Tatiana continua a explicação destacando que as fotos do corpo de Daniella Perez também contribuem para afastar ainda mais a hipótese levantada pela defesa de Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, que insistiam em afirmar que o crime não foi premeditado. “O que sempre chocou a Gloria e a família era o uso constante das fotos da novela com os personagens Bira e Yasmim, dando margem para versões mentirosas e machistas que foram perpetuados durante tantos anos”, contou ela. As versões citadas por Issa foram plantadas pelos criminosos e levadas ao julgamento pela defesa.
Em entrevistas que deu na época, o ator insinuava que a vítima estava apaixonada por ele e queria viver um romance, mas ele teria negado, já que os dois eram casados. A esposa dele teria descoberto o “assédio", e, enciumada, quis conversar com a atriz a respeito, mas as duas discutiram e tudo ocorreu de forma inesperada.
“É imprescindível que a série consiga esclarecer de uma vez por todas que isso [o romance entre vítima e assassino] nunca aconteceu. Essa narrativa faz parte de um viés sempre machista, de tentar culpabilizar a vítima, transformar os fatos a favor dos criminosos, perpetuar inverdades, muitas vezes convenientes para vender revistas e jornais. Isso precisa acabar. A série se baseia nos autos do processo, nos julgamentos de ambos e na verdade do crime”, continuou Tatiana.
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À mesma publicação, Tatiana Issa e Guto Barra disseram que tiveram o cuidado e a sensibilidade em narrar, de fato, como o crime ocorreu trazendo uma única versão: a verdade. “Nosso maior objetivo era resgatar a Daniella com a maior sensibilidade possível, com cuidado. Era mostrar a dor daquela mãe e daquela família devastada por aquele crime tão brutal. Na direção da série, procuramos colocar de forma sutil o contraste entre a delicadeza da Dani e a brutalidade do crime. Dar voz a dor da Gloria através do respeito”, afirmam os diretores.
Além de Gloria e de Raul Gazolla, Pacto Brutal ouviu outros depoimentos de familiares e amigos da atriz, como Fábio Assunção, Cristiana Oliveira e Stênio Garcia - que contracenavam com Daniella em De Corpo e Alma - Maurício Mattar, Alexandre Frota, promotores, investigadores, juízes, advogados, jornalistas que cobriram o caso, como Sonia Abrão, o cantor Roberto Carlos, com quem Daniella gravou naquele ano o especial de Natal, entre outros.
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