Publicado em 24/01/2021 às 10:04:00
A quarta e última temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina já disponível na Netflix vem dividindo opiniões. Apesar de o cancelamento da série de terror ter sido anunciado na segunda temporada, tem fã inconformado com o fim daquela que eles consideram a melhor produção de terror dos últimos tempos.
Produzida originalmente pela plataforma de Streaming, quando anunciada a série dava a entender que seria um remake de Sabrina, Aprendiz de Feiticeira (1996), sitcom que durou sete temporadas e deu origem a alguns filmes estilo sessão da tarde.
Com sua estreia o que se viu foi mais um spin-off da produção original com teor mais sombrio, assim como o próprio nome sugere. Em ambos os casos, Sabrina (Kiernan Shipka) é uma adolescente que perdeu os pais muito cedo, foi criada por duas tias solteironas e vivia na companhia de um gato preto, Salem.
A diferença começa quando ela está prestes a completar 16 anos e descobre que seu destino já está traçado. Na versão original, a jovem fica sabendo que é bruxa e terá que aprender sobre a magia.
Já no remake Sabrina sempre soube que era uma bruxa, a diferença é que apesar de ter tido uma mãe humana e um pai bruxo, ela é filha de Lúcifer (Luke Cook) e rainha do inferno.
Assim, a mocinha se vê divida entre os três mundos: o que nasceu, com todos os sabores e dissabores da adolescência; O da magia, que lhe obriga a frequentar a academia e aperfeiçoar seus poderes; E o submundo ou inferno, onde ela deveria assumir o trono ao lado do seu pai.
Ao longo destas quatro temporadas, a jovem conseguiu a sua maneira proteger estes três mundos, os amigos, a família, até que o inevitável acontece e a metade humana, metade bruxa e herdeira do "coisa ruim" - a partir daqui contém spoiler - se entrega em sacrifício por um bem maior, o que se espera de toda rainha.
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Nesta reta final de O Mundo Sombrio de Sabrina, a protagonista tem que combater os chamados Terrores do Sobrenatural que nada mais são do que entidades antigas com áureas destrutivas.
Consequência do equilíbrio ameaçado a partir da criação da Sabrina Morningstar, espécie de clone da original que surgiu na terceira temporada para assumir o trono no inferno enquanto a outra se dividia entre a vida humana e a do mundo das bruxas.
Então, no decorrer dos oito episódios elas se unem contra o medo que alimenta a escuridão, o ser que repulsa por sua aparência ou aquele inimigo invisível que adoece. Além de os desejos mais obscuros e a ameaça de choque entre o mundo e o submundo.
Tem ainda os que já se foram, mas deixaram assuntos inacabados na terra. Aquele que escreve a própria história e reinicia quando deseja e o pior de todos, o vazio ou buraco negro no espaço capaz de destruir o universo.
O conselho que ouvi quando a última temporada estreou foi para assistir durante o dia, porque estava assustadora. Não levei muita fé já que a segunda temporada, para mim, foi muito pesada, mas se o desejo era dar aos fãs do gênero terror uns bons sustos pode-se dizer que conseguiram.
Gerando polêmicas desde sua criação em 2018, a série sempre foi muito sombria. Abordou temas como bruxaria, satanismo e ocultismos, além de outras crenças que alimentam o mundo normal e o paranormal.
Já seu desfecho veio para discutir as consequências de manipular a ordem natural das coisas quando Sabrina cria uma cópia sua mesmo sabendo que ambas não poderiam coexistir.
Sendo assim, era inevitável que uma delas teria que partir e sobrou logo para a clone. Porém, era mais do que esperado também o sacrifício de uma verdadeira rainha. Então, uma vez com parte do vazio dentro dela, olha o spoiler de novo, o fim da mocinha não poderia ser outro senão a morte.
Para um fim épico, o criador da série deu uma amostra do que seria o mundo pós-morte brilhantemente retratado como uma grande galeria de artes, tirando Sabrina das sombras e encontrando a luz.
E para que a jovem não vivesse na vida eterna sozinha levou Nick (Gavin Leatherwood), grande amor da adolescente. Um final romântico, e porque não dizer felizes para sempre.
Por fim, ao lutar contra os oito Terrores do Sobrenatural a protagonista nos mostra nossos pecados e medos que alimentam as trevas, que o mundo e o submundo andam lado a lado, curiosamente o que Lulu Santos previu há muito tempo, afirmando que "o inferno é aqui e que para todo mal sempre existirá a cura".
Ao pensar na última temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina esqueça o medo e mergulhe nas referências geniais do criador da série a começar pela volta de parte do elenco da produção original dos anos 90.
O episódio "Sem Fim" é todo dedicado a sitcom Sabrina, Aprendiz de Feiticeira e traz de volta as atrizes Beth Broderick e Caroline Rhea como a Zelda e a Hilda da versão original. Além disso, o gato Salem fala assim como na produção teen lançada em 1996.
Quem curte cinema deve ter se deliciados com as menções a filmes nesta temporada final. "A Pequena Sereia" é citada quando Nick diz a Sabrina que deseja fazer parte do seu mundo e ela responde "Ok, Ariel", referência da canção interpretada pela sereia.
Já "A Montanha Enfeitiçada" é lembrada por Zelda (Miranda Otto) ao afirmar não ter sido o único filme da Disney que assistiu. Fora as menções de "Operação Cupido" ao comparar as duas Sabrinas com as gêmeas interpretadas por Lindsay Lohans.
Duas curiosidades para cinéfilos. No episódio dedicado a volta dos mortos Zelda explica que apesar de serem entes queridos é importante saber que eles não voltam como antes.
Quem assistiu "O Cemitério Maldito", filme baseado na obra de Stephen King, deve se embrar que esta era a justificativa para o comportamento dos ressuscitados pelo cemitério de animais.
Neste mesmo episódio, o espirito de uma rainha do baile da escola assassinada retornava durante o concurso de bandas toda ensanguentada e com sede de vingança contra quem a matou. A cena lembra muito uma sequência de "Carrie, a Estranha".
Para fechar com chave de ouro, a última temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina citou a peça "Sonho de uma Noite de Verão", de William Shakespeare, e o personagem Don Juan, de Molière.
A série contou também com apresentações musicais com a participação da banda Clube do Terror, formada pelos amigos de Sabrina no colégio Baxter, além de parte do elenco do mundo bruxo
"Radio Ga Ga", "Total Eclipse of the Heart", "Time Warp", "Partytime" e "Sweet Child o' Mine" foram tocadas, com destaque para a interpretação de Sabrina e Nick cantando "Sixteen Going on Seventeen", do musical "A Noviça Rebelde".
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