Publicado em 30/03/2025 às 20:15:00
O remake de Vale Tudo estreia nesta segunda-feira (31) trazendo uma nova leitura da clássica novela de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. Responsável pela adaptação, a autora Manuela Dias contou quais mudanças irá fazer na nova versão ao comparar com a produção de 1988.
“A gente vive num país aonde a corrupção não está resolvida, obviamente”, observou ao dar entrevista para a Revista Veja, reconhecendo que o problema persiste. No entanto, ela também enxerga progressos.
“Acho que como sociedade muitos pontos se estruturaram. Os índices de machismo, por exemplo, quando a gente vê na primeira versão, todos os homens batem nas mulheres, inclusive os mocinhos”.
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A autora ainda chama atenção para a questão da representatividade racial, que era praticamente inexistente na versão original. “Não existiam atores negros, praticamente só tinham dois atores negros em papéis super tipificados, uma doméstica e um menino de rua que roubava”, destacou.
A nova Vale Tudo reflete essas mudanças sociais. Um exemplo é a abordagem ao trabalho infantil, que na trama original não era problematizado — como quando Raquel (agora interpretada por Taís Araújo) contratava menores para vender sanduíches.
“Hoje em dia isso está entendido que essas crianças deveriam estar na escola”, explica Manuela. Outro ponto atualizado é o tratamento do alcoolismo, antes banalizado e agora reconhecido como doença.
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Para Manuela, a resposta está na necessidade de evolução contínua. “Muitas coisas, claro, avançaram, mas obviamente a gente, como sociedade, tem que avançar muito mais, inclusive com relação a novos desafios, como o colapso climático”, refletiu.
Ela vê a novela como um marco do gênero, comparando sua importância à de Édipo Rei para as tragédias. “É uma trama que segue totalmente atual”, afirmou, citando o emblemático assassinato de Chico Mendes, ocorrido no mesmo dia em que foi revelado o assassino de Odete Roitman (Beatriz Segall), em 1988.
“Os assassinos do Chico Mendes usaram do fato de que o Brasil inteiro ia estar vendo a novela”, contou durante a entrevista.
A pergunta central da trama permanece como fio condutor. “Essa é uma pergunta que sempre vai ser pertinente. A vontade de ser bem-sucedido, ela é muito legítima e todo mundo quer”, disse Manuela, enfatizando a universalidade do tema.
No remake, essa questão ganha novas camadas com a mudança racial de personagens como Raquel e Maria de Fátima, agora vividas por Taís Araújo e Bella Campos.
“Não só o Brasil mudou, como as lentes com que a gente olha a sociedade mudaram. Então, talvez a Raquel sempre fosse uma mulher preta, essa mulher batalhadora em todo sentido”, refletiu a autora, que vê na alteração uma ampliação da representatividade.
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