Publicado em 10/08/2022 às 05:45:00,
atualizado em 10/08/2022 às 08:28:34
Na reta final de Além da Ilusão, Heloísa (Paloma Duarte) vai ter uma hemorragia após o nascimento do filho e, além de correr risco de morte, terá seu bebê roubado na maternidade. Ao NaTelinha, o Dr. Luciano Curuci, médico ginecologista, acupunturista e Presidente do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP), explica que a perda de sangue exacerbada pode fazer com que a paciente desmaie, como será o caso da personagem da novela das seis, ou, na pior das hipóteses, morra.
De acordo com o especialista, na época em que a trama de Alessandra Poggi se passa, existia um risco muito maior de complicações obstétricas pela dificuldade de diagnósticos, já que recursos como a ultrassonografia, por exemplo, não existiam e não era possível saber ao certo o peso aproximado do feto, o posicionamento da placenta, o volume de líquido amniótico, dentre outras informações acerca da gestação.
"Hoje você tem ultrassom morfológico, ultrassom 4D, ultrassom com grau de qualidade de imagem fantástica, tem o doppler pra medir irrigação das artérias uterinas, e também exames de laboratório", diz o médico, que afirma que alguns diagnósticos, como o de diabetes gestacionais, são muito mais rigorosos atualmente e previnem diversas complicações, além de medicamentos que podem auxiliar até mesmo no controle da hipertensão gestacional.
Curuci esclarece que o problema que complicará a vida de Heloísa acontece porque, após o nascimento do bebê, o esperado é que o útero contraia e volte ao seu tamanho normal. O perigo se instala quando isso não acontece. "Existem substâncias produzidas no sistema nervoso central, uma delas é o hormônio ocitocina, que ajudam na contração do útero. É o mesmo hormônio que se usa para induzir o trabalho de parto e para conduzir o trabalho de parto de forma sintética. A própria amamentação no pós-parto imediato já ajuda a produzir mais ocitocina pra contrair o útero", pontua.
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De acordo com o ginecologista, é a contração uterina que previne o sangramento excessivo após o parto. "Nas primeiras quatro horas, no puerpério imediato, você tem que ficar atento à quantidade de perda de sangue da mãe. Sangramento acima de 500 ml em um parto vaginal ou acima de um litro em um parto cesárea nas primeiras 24 horas já é considerado uma hemorragia pós-parto", ensina, dizendo que se a hemorragia for maciça a mãe pode necessitar de transfusão sanguínea com concentrados de hemácea.
"Sangramentos nessas quantidades exacerbadas podem levar a uma anemia materna e essa anemia pode levar a uma hipovolemia, que é a diminuição da quantidade de líquidos orgânicos. A paciente pode estar entrando em um estado de choque hipovolêmico por diminuição dos líquidos orgânicos e de sangue e isso faz com que a pressão diminua e a paciente pode desmaiar e, na pior das hipóteses, sofrer uma parada cardiorrespiratória e ir a óbito", completa ele.
A explicação do especialista traduz a fala do médico de Heloísa na ficção. "O útero não contraiu, a pressão está caindo. Ela está com hipotonia! Injeção de ocitocina rápido! Precisamos estancar a hemorragia", dirá o profissional que fará o parto da personagem de Paloma Duarte nos últimos capítulos da novela das seis.
O Dr. Luciano Curuci explica que uma hemorragia no pós-parto pode envolver fatores de baixo, médio e alto risco. Hipertensão e diabetes gestacional, cirurgias anteriores no útero e aumento de líquido amniótico além do esperado são alguns exemplos que já geram um risco mediano. Mas o ginecologista também alerta para situações mais graves.
"Casos em que a gravidez evoluiu com uma placenta de inserção baixa, uma placenta prévia, ou uma placenta que a gente diz que já tem um grau na ultrassonografia que você consegue ver se está se inserindo na musculatura, tudo isso pode fazer com que não tenha a saída completa da placenta, naturalmente, e aconteça esse acretismo placentário, o que a gente chama de placenta acreta, percreta e até increta, em que o útero não vai contrair e isso pode causar a hemorragia pós-parto de forma grave", pontua.
Ainda segundo o especialista, casos de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia também levantam a bandeira vermelha, além de doenças hematológicas ou outros problemas de saúde, como a dengue hemorrágica. "Pode causar essa plaquetopenia, a diminuição de plaquetas, e alterar fatores de coagulação. O uso de coagulante é outro sinal de alerta para que possa ocorrer a hemorragia no pós-parto e os casos de descolamento prematuro de placenta, que é uma urgência do pré-natal, e pode causar a dificuldade de contração do útero no pós-parto imediato", acrescenta.
Curici finaliza explicando que, em casos como o de Heloísa, massagem no útero com estímulo e injeções de ocitocina podem solucionar o problema. Caso o útero continue sem contrair e nem mesmo a transfusão sanguínea ajude, é preciso fazer a histerectomia pós-parto, ou seja, a retirada do útero. "Só assim se consegue estancar esse sangramento para que não chegue em um grau em que não se controla mais", completa.
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