HBO define futuro de novelas após fusão

Entre idas e vindas, finalmente parece que a HBO e a Discovery bateram o martelo em relação às produções de suas novelas no Brasil. Em documento interno enviado semana passada pela cúpula da empresa que assumiu o controle da Warner, ficou definido que as novelas estão autorizadas, como estava previsto anteriormente e os trabalhos devem começar imediatamente. A justificativa dada pelos executivos brasileiros, capitaneados por Mônica Albuquerque, de que o formato pode atrair assinantes e ajudar a diminuir o rombo que a empresa tem convenceu os chefões e a aposta continua de pé.

Segundo apurou o NaTelinha, apesar de ter garantido que as novelas continuariam logo após a aprovação da fusão, a Discovery parece que levou um susto ao saber como seriam os gastos de produção para colocar uma trama de aproximadamente 50 capítulos no ar de uma vez só. Com isso, os responsáveis pela fusão no Brasil receberam a ordem de parar tudo e suspender todos os projetos, mas para manter os contratos em vigor no caso do modelo de negócios ser aprovado após intensa investigação financeira por parte dos empresários.

A reportagem ouviu de um dos funcionários ligados à Discovery é de que a empresa contratou um serviço financeiro para avaliar o projeto criado por Albuquerque para as novelas da América Latina, não apenas as brasileiras e por isso houve demora. A decisão sairia somente se houvesse uma expectativa de lucro a curto e médio prazo porque a HBO Max virou uma espécie de caixa de pandora para a fusão porque, mesmo tendo nascido recentemente, precisa dar lucro o mais rápido possível para evitar uma bolha semelhante a da Netflix.

Neste período, a equipe brasileira, inclusive Silvio de Abreu, responsável pela supervisão de texto das produções latinas, precisou apagar diversos incêndios porque nomes já contratados começaram a questionar se não seria o caso de abrirem mão do acordo para não perderem outros trabalhos, uma vez que ninguém sabia afirmar se as novelas sairiam ou não do papel.

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Novelas da HBO são aprovadas

Mesmo com o risco de perder elenco e até projetos, a aposta de Monica Albuquerque era de que o departamento de dramaturgia seria aprovado porque, como ela confidenciou a amigos, o levantamento financeiro feito pela equipe da Discovery já havia sido encomendado por ela e investir em novelas poderia ser o trampolim de salvação para a empresa não apenas no Brasil, mas no mundo todo por ter potencial de público muito grande, principalmente em países tradicionais que assistem ao formato.

O documento enviado na última semana confirmou os planos da executiva e a Discovery deu sinal verde para a produção de quatro novelas nos próximos três semestres (entre 2022 e 2023). Além de Segundas Intenções, a primeira a entrar no ar, já foram aprovadas uma trama de época de Izabel de Oliveira, criadora de Cheias de Charme (2012) e o remake de Dona Beija (1988), que pode ser protagonizada por Grazi Massafera. A quarta produção ainda está em estudo de viabilidade, mas já há sinopses na mesa de Mônica.

Segundas Intenções na HBO

E a primeira produção, prevista a entrar no ar no início de 2023, é Segundas Intenções. Uma espécie de Avenida Brasil (2022) da HBO, a novela tem produção executiva de Camila Pitanga, que também viverá uma vilã, além de já ter contratado grandes nomes para o elenco. A Discovery deu a ordem que os trabalhos de pré-produção da novela escrita por Raphael Montes retome imediatamente porque quer o elenco em estúdio gravando já a partir de setembro.

O próximo passo é escolher quais serão os estúdios utilizados para gravar a trama e será um desafio, tanto para Monica quanto para Silvio de Abreu que sempre tiveram disponível a estrutura dos Estúdios Globo. Até o momento não há uma definição sobre a parceria e há, nos corredores da empresa, conversas até sobre a possibilidade de que a novela seja gravada fora do Brasil.