Publicado em 16/07/2022 às 09:27:00
Em 17 de julho de 1972, a Globo levava ao ar O Bofe, novela com texto de Bráulio Pedroso (1931-1990) e que prometia trazer conflitos da classe média e high society na faixa das 22h. A produção foi um experimento da emissora no horário, que decidiu ousar na fórmula, mas o público não comprou a ideia, a audiência despencou e o autor foi afastado, dando lugar a Lauro César Muniz.
Nem mesmo um elenco de peso como Jardel Filho, Cláudio Marzo, Betty Faria, José Wilker, Cláudio Cavalcanti, Ilka Soares, Eloísa Mafalda, Paulo Gonçalves e Susana Vieira foi capaz de evitar o fiasco. "O Bofe é uma novela em ritmo de farsa e com uma intensa crítica social. Deve ser a melhor que fiz até hoje", orgulhava-se o autor, depois de uma semana no ar numa declaração à Revista Cartaz.
A novela teve uma média geral de 28 pontos, índice extremamente baixo para os padrões da época, especialmente na Globo. Na primeira semana, o folhetim já dava mostras que a coisa não andaria bem, embora o autor tenha negado que se preocupasse com números. "Claro que sempre desejo que minhas novelas tenham bons índices no Ibope. Quanto mais, melhor. Mas, jamais me guiei por eles. Ou você acerta, ou erra. Se uma novela começa mal é difícil fazer com que ela se torne interessante para o grande público", disse.
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Com dois meses no ar e os índices cada vez mais baixos, O Bofe começou a ter uma baixa também nos bastidores. O próprio Bráulio adoeceu. Literalmente. Contraiu hepatite e pediu licença por tempo indeterminado. "Sabemos que não é uma novela de apelo popular. Mas, Bráulio é um autor excepcional, sabe o que está fazendo e damos todo o nosso apoio", garantiu ex-diretor geral da Comunicação da Globo, João Carlos Magaldi.
Para o próprio dono da história, a baixa repercussão e aceitação também não foram exatamente uma surpresa. "Desde o princípio eu não esperava Ibope. É renovadora demais", reconheceu. Para substituí-lo, a Globo escalou Lauro César Muniz a partir do capítulo 48 (ela teve 143).
Com isso, o novo titular da novela tentou resgatar um folhetim mais rasgado, o que desagradou o diretor, Lima Duarte. "Não quero dizer que a novela deixou de ser renovadora, mas ela perdeu o seu atrevimento a sua vitalidade imaginativa", opinou à revista Veja em novembro de 1972.
Comédia que debochava dos embates entre a classe média do subúrbio e a elite da Zona Sul do Rio de Janeiro, a novela era repleta de personagens excêntricos, praticamente no limite da caricatura, sempre empenhados em ascender social e financeiramente, com situações inverossímeis.
Dentre os protagonistas estavam os mecânicos Dorival (Jardel Filho) e Demétrius (Cláudio Marzo). Grandes amigos e parceiros em uma oficina no subúrbio, os dois são perfeitas encarnações da gíria "bofe": broncos, mal-educados, feiosos e com uma queda para a pilantragem.
Dorival se vestia impecavelmente, com terno e gravata, para impressionar as moças ricas, que tentava conquistar nos seus passeios pela Zona Sul, mas acabava se apaixonando por Guiomar (Betty Faria), uma jovem viúva suburbana.
A trama também tinha tipos bizarros como Dona Stanislava, personagem do sexo feminino, mas interpretada por um homem, Ziembinski, a mãe de Guiomar. Também havia Bandeira (José Wilker), um hippie que arrancvaa dinheiro de ricos deslumbrados fazendo uma decoração "moderna" em suas casas: tudo em branco e preto, e mobílias destruídas.
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