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No ar em O Cravo e a Rosa, Maria Padilha deseja voltar às novelas: "Sinto falta"

Longe da TV há sete anos, atriz fala parceria com Ney Latorraca e relembra “grande expectativa” para cena em que Dinorá é desmascarada

Em reprise da Globo, Maria Padilha tem projetos no cinema, no teatro e uma série com Miguel Falabella - Fotos: Divulgação/Globo e Reprodução/Acervo pessoal
Por Walter Felix

Publicado em 22/06/2022 às 04:00:00,
atualizado em 22/06/2022 às 08:02:35

Em uma cena de O Cravo e a Rosa, a ambiciosa Dinorá, vivida por Maria Padilha, ao ter que vender um valioso colar, se despede do objeto como quem dá adeus a um ente querido. A sequência diz muito sobre a personagem e é até hoje lembrada como uma das mais marcantes para a atriz. É o que ela revela nesta entrevista exclusiva ao NaTelinha, em que também fala sobre seu desejo de voltar às novelas, das quais está afastada há sete anos, e recorda a parceria de sucesso com Ney Latorraca na trama em reprise na Globo.

“É uma cena muito engraçada, mas que talvez nem tenha sido tão importante para o público”, recorda Maria Padilha. “Quando fomos fazer, o Avancini [Walter Avancini, diretor da novela] pediu que eu fizesse a sério, com o sofrimento verdadeiro daquela mulher se despedindo do colar. Para mim, era muito difícil imaginar que uma pessoa tenha tanto apego a um colar, como se fosse a coisa mais importante de sua vida, mas embarquei naquela viagem do Avancini.”

Ela prossegue: “Era uma cena difícil tecnicamente, porque era preciso segurar o colar em um lugar muito preciso para o foco da câmera sair várias vezes de mim para o colar, do colar para mim. Considerei uma conquista artística muito grande, porque, apesar de ser uma cena engraçada, fiz muito emocionada. Achava que eu não seria capaz, mas consegui graças ao clima artístico que a novela tinha, que era muito bom”.

O humor, aliás, livrou a personagem da antipatia do público. “No começo, talvez a Dinorá pudesse ser vista como uma vilã, não só por fazer o Cornélio de gato e sapatos, mas pelas maldades, pela rivalidade com o Petruchio e por tentar casar o irmão com a Bianca, tudo por dinheiro. Mas, como havia um toque cômico, nunca senti o peso – ou a delícia – de estar fazendo uma vilã, e as pessoas também não tinham essa reação à personagem.”

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Maria Padilha guarda boas recordações da época de O Cravo e a Rosa. “Era tudo muito bom. Um astral maravilhoso e um empenho de todos os envolvidos, não só dos atores, mas também de toda a equipe técnica, para que a novela fosse o máximo. Éramos muito apaixonados por aquele trabalho. Eram bastidores felizes e saudáveis, com muita admiração mútua. O Avancini foi um grande catalisador, foi quem colocou todo mundo nessa paixão.”

Em breve, irá ao ar uma das cenas mais marcantes da novela escrita por Walcyr Carrasco e Mário Teixeira: quando Dinorá é flagrada por Cornélio (Ney Latorraca) aos beijos com Celso (Murilo Rosa). A sequência foi uma das mais aguardadas pelo público quando a novela foi ao ar pela primeira vez, entre 2000 e 2001. “Nós, atores, também aguardávamos muito por ela. Havia uma expectativa muito grande”, conta a atriz.

“A gente sabia que uma hora essa cena aconteceria, mas ficávamos na expectativa de como ela seria. Quando chegou, nos dedicamos a ela. Revi há pouco tempo, e achei o Ney esplendoroso. Ele faz uma coisa meio ‘over’, quase teatral, cinematográfica. Fica maior que a linguagem de novela, mas ao mesmo tempo tão adequado àquilo tudo, tão despudorado, brilhante. Era uma cena difícil para todos nós, e para o Ney mais ainda.”

A química com o parceiro de cena era o resultado de uma amizade que já existia naquela época e que se mantém até hoje. “Conheci o Ney no começo dos anos 1980 quando fiz Das Tripas Coração (1982), no início da minha carreira. Já nesse filme, tivemos uma simpatia e uma conexão imediata. Depois, fizemos a novela Eu Prometo (1983), na Globo, e também nos conectamos muito.”

“Acho o Ney incrível, um ator deslumbrante, e uma pessoa extremamente bacana de estar junto. É uma fonte de criatividade, está sempre inventando histórias. Muito engraçado, divertido e agregador, que pensa muito no bem do trabalho. Na época de O Cravo e a Rosa, morávamos perto e íamos e voltávamos juntos praticamente todo dia de gravação. Era muita troca entre nós dois. Conversávamos muito sobre a novela, sobre os personagens e sobre a vida também. A gente se entendia pelo olhar. Foi uma química muito boa e, até hoje, é um dos meus melhores amigos.”

Atriz está longe das novelas desde 2015: “Fiquei com um gostinho de quero mais”

A atriz está longe da TV desde A Regra do Jogo (2015), em que interpretou a milionária Claudine Lacont. “O João Emanuel [Carneiro, autor], querido, escreveu uma personagem adorável para mim, mas não era muito grande. Então, fiquei com um gostinho de quero mais. Sinto falta, adoro fazer novelas. Em breve, quero e pretendo voltar”, garante Maria Padilha.

Seus planos incluem uma série em parceria com o amigo Miguel Falabella e o retorno à televisão entre o fim de 2022 e início de 2023.

Ela também segue com vários projetos no cinema e no teatro. Em breve, aparecerá como uma ex-modelo gordofóbica, dona de uma clínica de emagrecimento no filme Doce Delícia, uma comédia romântica dirigida por Carolina Durão que tem nomes como Mariana Xavier e Viih Tube no elenco. Nos palcos, o próximo ato é a peça Um Jardim para Tchekhov, com direção de Jeferson Miranda.


O NaTelinha divulga todos os dias os resumos dos capítulos, detalhes dos personagens, entrevistas exclusivas com o elenco e spoiler da novela O Cravo e a Rosa. Confira!






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