Quem lembra?

'Amigas' na Globo, A Favorita e Pantanal brigaram por ibope nos anos 2000

Primeira versão de Pantanal foi usada pelo SBT para frear sucesso de A Favorita na Globo

Juma (Cristiana Oliveira) e Flora (Patricia Pillar) já foram "inimigas" em tempo de disputa de audiência entre Globo e SBT - Foto: Reprodução/Manchet/Globo
Por Daniele Amorim

Publicado em 22/06/2022 às 05:22:00,
atualizado em 22/06/2022 às 12:24:22

Em 2022, A Favorita (2008) e o remake de Pantanal estão juntas na programação da Globo. No entanto, a situação era diferente doze anos atrás. Na época, o SBT anunciou a reprise da primeira versão da trama de Benedito Ruy Barbosa para frear o sucesso da trama de João Emanuel Carneiro. O canal de Silvio Santos exibia a história rural logo após o folhetim das nove terminar na emissora concorrente. 

Apesar da estreia de Carneiro não ter embalado o público logo de primeira, A Favorita conquistou os espectadores por conta de sua trama inovadora. O autor deixava um mistério no ar sobre quem era a verdadeira vilã da história. O capítulo da revelação deste segredo, que mostra Flora (Patricia Pillar) em sua natureza macabra,  chegou a bater os 46 pontos de audiência na Grande São Paulo.

Para frear o fenômeno na concorrente, o SBT recorreu à reprise de Pantanal. Naquela época, o canal tinha acabado de arrematar as fitas da novela em um leilão da Rede Manchete, e aproveitou a aquisição do material para exibí-lo logo após o fim de A Favorita na Globo.

Antes da estreia da reprise, o SBT afirmava ter uma arma secreta para combater o sucesso de A Favorita. Já durante a exibição da novela, a emissora reiterava em seus comerciais que o público deveria mudar de canal logo após o fim da trama de João Emanuel Carneiro para acompanhar a história de amor de Jove (Marcos Winter) e Juma (Cristiana Oliveira). 

Dor de cabeça para Silvio Santos

A estratégia do anúncio de Pantanal até pode ter sido proveitosa pelo SBT, que realmente conseguiu se dar bem no ibope, mas se tornou uma dor de cabeça para a emissora anos depois. Benedito Ruy Barbosa se incomodou com a reprise do folhetim ao ponto de acionar a empresa judicialmente. De acordo com o autor, a novela nunca poderia ter sido exibida pois é de sua propriedade. 

Na ocasião, o novelista pediu o valor de R$ 50 milhões de indenização, mas a Justiça entendeu que a emissora deveria apenas pagá-lo o valor de 250 mil reais. O autor, no entanto, recorreu a sentença com a justificativa de que o canal lucrou muito mais com a novela e pedia que houvesse uma perícia nas contas da emissora para o valor fosse corrigido. 

Atualmente, o processo está com o relator do Superior Tribunal de Justiça para decidir se ele está de acordo com o posição de Benedito Ruy Barbosa ou se manifestará a favor do embargo pedido pelo SBT. A emissora não quer que suas contas sejam reviradas para que o novelista prove que sua indenização deve ser maior.



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