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Atriz de Pantanal diz que convite da Globo a salvou da depressão: "Estava desiludida"

Victoria Rossetti cita críticas nas redes sociais e opina sobre o entrecho de homofobia suprimido no remake; para ela, novela "restaura a fé no Brasil"

"Quando recebi a Nayara, não conhecia bem a personagem. Embarquei nessa aventura superfeliz, achando que tudo era um sonho", relata Victoria Rossetti - Foto: Divulgação
Por Walter Felix

Publicado em 26/05/2022 às 04:21:00,
atualizado em 26/05/2022 às 08:49:04

Victoria Rossetti faz sua estreia em novelas em Pantanal, remake que, logo quando foi anunciado, fez até veteranos arranjarem briga por uma vaga no elenco. Esse privilégio tem sido aproveitado pela jovem como a realização de um sonho. Em entrevista ao NaTelinha, a atriz de 22 anos conta que o convite da Globo a salvou de uma “depressão horrorosa” em meio à pandemia da Covid-19. Ela diz ainda que a novela “restaura a fé no Brasil”, fala das críticas nas redes sociais, opina sobre o entrecho de homofobia suprimido na trama.

“A pandemia foi um momento difícil para nós, artistas, porque nos isolamos, e é muito difícil para um artista se desenvolver sem interação. Já estava um pouco desiludida, tentando me encontrar de novo na minha profissão”, relata Victoria Rossetti. Antes da escalação como Nayara, a atriz fez testes para viver Juma e a fase jovem de Madeleine nos primeiros capítulos, papéis que ficaram com Alanis Guillen e Bruna Linzmeyer, respectivamente.

“Quando recebi a Nayara, não conhecia bem a personagem. Embarquei nessa aventura superfeliz, achando que tudo era um sonho. Isso me salvou de entrar em uma depressão horrorosa.”

A jovem atriz começou a estudar atuação aos 15 anos. Aos 17, fez seu primeiro trabalho na TV, com a série Psi (2018). “Depois, passei três anos estudando, fazendo testes, inclusive na Globo, e brigando por eles (risos). Também fiz muitos curtas universitários, queria me exercitar como atriz. A Nayara veio de uma longa jornada como atriz que continuo percorrendo”, conta.

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“Pantanal é uma novela muito potente, que restaura a nossa fé no Brasil”, define Victoria Rossetti

Uma vaga no elenco de Pantanal era disputada por atores desde que o projeto do remake foi anunciado. “Fiquei encantada. Queria muito participar, porque via a importância dessa narrativa, que é tipicamente brasileira, trata da nossa biodiversidade e também abarca certos mistérios, a cultura popular. É uma novela muito potente, que restaura a nossa fé no Brasil.”

Até outro dia anônima, Victoria Rossetti faz sua primeira novela no horário nobre e com audiência lá em cima. Nas redes sociais, sua personagem não escapa do tribunal do internet. “Não tinha muita visibilidade como atriz antes de Pantanal e, de repente, sou colocada em uma posição de muita visibilidade. É uma situação nova para mim, bem diferente, mas também muito excitante.”

A gente fantasia muito com as novelas da Globo. Estou vendo o sonho acontecer, se tornando real. Fico triste com os comentários negativos, com as críticas, mas muito feliz com as mensagens carinhosas. É muita aventura muito intensa, desde o momento em que estou gravando até me ver no ar.

Com a morte de Madeleine (Karine Teles), a aspirante a influenciadora digital vai engatar um relacionamento firme com Gustavo (Caco Ciocler). Eles embarcam em uma viagem nesta semana e retornam à história em algumas semanas. “Ela ainda vai se descobrir muito ao longo da novela”, garante a atriz, que prefere fazer mistério sobre os próximos capítulos.

Atriz opina sobre influenciadores digitais e homofobia vetada na novela da Globo

Na versão original, Nayara tem um comportamento homofóbico ao espalhar que o Jove (Jesuíta Barbosa) é gay para queimar o filme do ex-namorado. O entrecho foi suprimido no remake – adaptação de Bruno Luperi do texto escrito por seu avô, Benedito Ruy Barbosa, para a Manchete em 1990.

A mudança vem a calhar, segundo Victoria Rossetti. “Na geração de hoje, esses preconceitos são antiquados. Apesar de a sociedade estar tão polarizada e haver tantos grupos conservadores por aí, a maioria dos jovens tem um entendimento sobre a liberdade de expressão diferente do que era há 30 anos, quando ainda vigorava um moralismo. Várias revoluções sociais aconteceram, como o feminismo e a luta contra a homofobia.”

“Não faria sentido, na relação entre a Nayara e o Jove, ter preconceitos tão datados. A geração atual traz outras problemáticas. Hoje falamos mais amplamente sobre saúde mental, adição, seja às redes sociais ou às drogas, por exemplo.”

Obcecada pelo mundo das influenciadoras digitais, Nayara é bem diferente de Victoria Rossetti. “Considero o universo das redes sociais um lugar bem voraz. Um lugar de interatividade, de interação social, mas com relação mercadológica ao mesmo tempo. A gente se objetifica, e é um território da opinião também, totalmente reacionário.”

“Não gosto de colocar juízo de valor, se é bom ou ruim. São muitos os benefícios que colhemos nessa interatividade virtual, mas também perdemos o olho a olho, o toque, o sensível, como de fato experienciamos a vida. Essa é a dificuldade: não se colar no que você criou na virtualidade, em que é tudo construído e artificial.”

A artista não se deslumbra por esse universo: “Não é a Vitória que está lá, mas uma foto minha. Podemos manifestar coisas superverdadeiras nas redes sociais, mas sempre será um recorte. Precisamos ter muito cuidado de como nos relacionamos nesse universo. Também não podemos levar as opiniões que estão na internet como verdades. É um lugar que requer certa força e resiliência emocional para haver um distanciamento seguro”.


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