“Que Rei Sou Eu?, pelo momento político e pela sátira política, foi a melhor [novela do ano].”
Ferreira Netto
Publicado em 14/03/2022 às 06:30:00,
atualizado em 14/03/2022 às 07:25:20
Clássico de 1989, Que Rei Sou Eu? chega ao Globoplay nesta segunda-feira (14). Sucesso às sete da noite, a novela foi considerada como um dos melhores trabalhos do pioneiro novelista Cassiano Gabus Mendes (1929-1993), a ponto de desbancar outro fenômeno exibido na época. No Troféu Imprensa, a trama venceu Tieta, exibida no horário nobre e apontada até hoje como uma das melhores novelas brasileiras de todos os tempos.
No Troféu Imprensa comandado por Silvio Santos e exibido no SBT em 27 de maio de 1990, com a intenção de premiar os melhores profissionais e programas de TV do ano anterior, Que Rei Sou Eu? recebeu cinco votos para ser eleita a melhor novela de 1989. Ficou à frente de Tieta, que foi a preferida de três jurados, e de Kananga do Japão, trama da Manchete que também levou três votos.
Entre os jornalistas e críticos de TV, a história de capa e espada dirigida por Jorge Fernando (1955-2019) chegou perto da unanimidade, elogiada mesmo por aqueles que votaram nas concorrentes. Apenas Carlos Imperial (1935-1992) não poupou críticas à atração, que ele definiu como “a pior novela dos últimos tempos”. Nelson Rubens, Sônia Abrão e outros comunicadores famosos também marcaram presença no júri.
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O diálogo da trama com o cenário político da época foi bastante citado na premiação. Em 1989, o Brasil se preparava para voltar a eleger um presidente democraticamente após 21 anos de ditadura militar. No ano anterior, a Censura Federal chegou ao fim. A trama era ambientada no Reino de Avilan, que remetia à França pré-revolução, mas com referências à política e à sociedade brasileira naquele fim dos anos 1980.
O valente Jean-Pierre (Edson Celulari) comanda um grupo de rebeldes dispostos a tomar o poder em Avilan a fim de pôr fim à miséria do povo explorado pelos nobres. A princípio, ele nem desconfia de que é filho bastardo do rei e, portanto, o herdeiro legítimo do trono. Tipos como a amalucada Rainha Valentine (Tereza Rachel) e seu bruxo conselheiro Ravengar (Antônio Abujamra) marcaram a novela e a carreira dos atores.
“Que Rei Sou Eu?, pelo momento político e pela sátira política, foi a melhor [novela do ano].”
Ferreira Netto
“Foi a pior novela que já se fez nos últimos tempos. Uns cortes totalmente errados, nunca vi uma novela tão mal iluminada… E os atores entraram numa de cada um dar o seu show particular, o que resultou numa brincadeira.”
Carlos Imperial (votou em Kananga do Japão)continua depois da publicidade
“Foi uma brincadeira, uma piada bem feita do Cassiano Gabus Mendes.”
Nelson Rubens (votou em Tieta)
“Vou ficar com aquela que soube explorar a opinião pública. O Cassiano Gabus Mendes é um homem extraordinário, que conhece novela, sabe dirigir, produzir e escrever. Ele pegava o jornal, lia os fatos políticos e transformava para a televisão.”
Salomão Pavlovskycontinua depois da publicidade
“Nenhuma novela retratou tão bem como Que Rei Sou Eu? a corrupção, a falta de escrúpulo de muitas das nossas autoridades, a fome e a exploração do povo, e inclusive o sonho de liberdade do brasileiro. Uma novela brilhante e com um elenco brilhante.”
Sônia Abrão
“A Tereza Rachel como a Rainha Má, que era igual a rainha da Branca de Neve, esteve irrepreensível. Fora a análise e conjuntura que todos já fizeram.”
Leila Reiscontinua depois da publicidade
Com informações do site Troféu Imprensa e de vídeo da premiação postado no YouTube.
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