Valeu a pena Benedito Ruy Barbosa ter batido o pé e insistido para que Pantanal saísse do papel. Anos antes de ir ao ar na Manchete, o autor apresentou a ideia na Globo e o projeto chegou a ser estudado e aprovado, mas a emissora considerou o acesso às locações complicado e a trama foi engavetada.
Vendo que, se dependesse da emissora dos Marinho, a obra não seria produzida, Benedito Ruy Barbosa apresentou o projeto à Manchete e foi um sucesso em 1990, marcando a teledramaturgia brasileira e se tornando um divisor de águas na carreira do autor. Porém, vender o projeto foi apenas o primeiro desafio do novelista.
O que hoje seria facilmente resolvido com um e-mail, na época demandou uma força-tarefa. Longe dos estúdios da extinta rede de televisão, os atores e a equipe de produção do folhetim recebiam as cópias dos textos da trama por meio de voos diários. Um smartphone também fez falta para que os profissionais envolvidos nas externas falassem com os produtores de base, locados no Rio e em São Paulo. A comunicação era feita com rádios amadores, já que muitas locações eram em lugares interioranos e as chamadas telefônicas se tornavam inviáveis.
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O elenco também precisou se adaptar ao ambiente e aos "companheiros" de set. Em participação no Domingo Show, da Record, em 2019, Cristiana Oliveira, que deu vida à protagonista Juma, detalhou um episódio em que Sérgio Reis a salvou de um possível ataque. "Eu lembro que eu estava sentada em uma madeira, com as pernas atravessadas, e estava limpando um peixe para poder fazer a cena. E o Marcos Winter, que fazia o Jove, tava andando assim, com a água do joelho. E eu estava lá, amarradona, e daqui a pouco eu só escuto o Serjão gritando, do outro lado 'Juma, cuidado'. Quando eu olhei, assim, a cabecinha do jacaré."
Para contemplar todo o material de produção, produção de arte, cenografia, figurino, caracterização e tecnologia, foram necessários 12 caminhões, que suportam aproximadamente 12 toneladas cada um, o que resultou em mais de 140 toneladas de material sendo transportadas para o interior do Mato Grosso do Sul.
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A emissora carioca iniciou a produção da trama das nove em agosto do ano passado, na região conhecida como Nhecolândia. Durante cinco meses, mais de 150 pessoas estiveram diretamente envolvidas nas gravações no local, que fica a cerca de quatro horas da cidade mais próxima, Aquidauana, que tem cerca de 50 mil habitantes. Seis fazendas deram suporte diretamente à produção, seja para hospedagem, para gravação ou almoxarifado.
Segundo apurou o NaTelinha quando as gravações começaram, o orçamento de Pantanal é bem superior ao aprovado para produções da faixa horária, que historicamente já é a mais cara entre os três principais horários de novelas. No novo folhetim, a previsão de investimentos é na ordem de pelo menos 20% superior ao que se costuma gastar em produções contemporâneas do horário das 21h.
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